Sanofi volta atrás após dizer que EUA receberiam vacina primeiro

Segundo o grupo farmacêutico, os EUA tem o direito por terem investido em assumir o risco; anúncio gerou críticas

O grupo farmacêutico francês Sanofi afirmou nesta quinta (14), que disponibilizará sua vacina contra o coronavírus, quando pronta, para todos os países e não com prioridade para os EUA. As informações são da agência de notícias Associated Press.

O comunicado ocorre após a Sanofi afirmar, nesta quarta (13), que os Estados Unidos seriam os primeiros a terem acesso à vacina. A primeira declaração gerou reações negativas por parte do governo francês.

“Acesso à vacina igualitário para todos não é negociável”, afirmou o primeiro-ministro da França, Edouard Philippe. O gabinete do presidente Emmanuel Macron afirmou que teria ficado chateado com o anúncio do grupo.

O CEO da Sanofi, Paul Hudson, afirmou à Bloomberg que os EUA teriam o direito à maior pré-compra da vacina “porque investiram em assumir o risco”.

Sanofi volta atrás após dizer que EUA receberiam vacina primeiro
Laboratório para produção de vacinas da Sanofi, na França (Foto: Sanofi/Flickr)

Após voltar atrás da decisão, a Sanofi pediu que a União Europeia facilite a comercialização da futura vacina. O presidente do grupo na França, Olivier Bogillot, disse à emissora France Info que os EUA estão acelerando os requisitos regulatórios para desenvolver e produzir uma vacina. Para Bogillot, a Europa deveria fazer o mesmo.

A Sanofi afirma ainda que a Autoridade Biomédica de Pesquisa e Desenvolvimento Avançado dos Estados Unidos permite que o grupo farmacêutico inicie a produção o quanto antes e que está financiando o desenvolvimento da vacina. A quantia chega a US$ 30 milhões.

Há dezenas de possíveis tratamentos contra o coronavírus, todos ainda em estágios iniciais de desenvolvimento. É provável que a vacina só esteja disponível em um ano ou mais.

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