A Oxfam, uma organização britânica de ajuda humanitária, classificou o recente acordo de cessar-fogo entre Israel e Hamas como uma medida temporária para conter danos ao fazer uma metáfora de que se trata de “um curativo para uma ferida sangrando”. Diante desse cenário de trégua, a entidade instou a comunidade internacional a se empenhar em esforços diplomáticos contínuos para alcançar uma “paz duradoura entre israelenses e palestinos”.
A chefe de Política e Advocacia da Oxfam, Katy Chakrabortty, enfatiza que, embora a pausa nos bombardeios seja positiva, um cessar-fogo permanente parece distante sem uma pressão diplomática concertada.
“Esta pausa nos bombardeamentos e na destruição implacáveis que estão a causar tanto sofrimento a mais de dois milhões de palestinianos é uma trégua bem-vinda para a entrega de alguma ajuda humanitária, mas não mais do que isso”, disse ela.
Katy destacou que os próximos quatro dias serão dedicados a um esforço de emergência para fornecer assistência limitada, mas alertou que seria inadequado para enfrentar o sofrimento e a ampla destruição.
Ela comparou a situação atual a um curativo que será “removido de uma ferida sangrando após quatro dias”.
A declaração da Oxfam delineou os elementos necessários para os esforços diplomáticos, instando a ação nas questões fundamentais do conflito. Isso inclui “encerrar a prolongada ocupação militar do território palestino por Israel e o bloqueio a Gaza, ao mesmo tempo em que assegura a libertação de todos os reféns”.
Nesta quarta, um pacto para libertar reféns do ataque do grupo extremista a Israel foi acordado, bem como uma “pausa humanitária” de 96 horas na Gaza devastada pela guerra.
Segundo o acordo mediado pelo Catar, 50 israelenses detidos pelo Hamas serão libertados em troca de 150 palestinos detidos em prisões israelenses. O acordo também estabelece uma pausa de quatro dias nos combates, permitindo a entrada de 300 caminhões com ajuda humanitária, incluindo combustível, na Faixa de Gaza.
Além disso, prevê a possibilidade de prorrogação da pausa e a libertação potencial de mais crianças e mulheres detidas pelos dois lados. Israel estima que pelo menos 239 israelenses estão detidos pelo Hamas desde o ataque transfronteiriço de 7 de outubro.