O governo da Suécia já admite abertamente que a Finlândia seja aceita sozinha na Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), enquanto o vizinho escandinavo não consegue a aprovação da Turquia. De acordo com o primeiro-ministro sueco Ulf Kristersson, “não está fora de questão que Suécia e Finlândia sejam ratificadas em diferentes estágios”. As informações são da agência Associated Press (AP).

Desde maio do ano passado, o presidente turco Recep Tayyip Erdogan vem se mostrando um obstáculo nas pretensões suecas de ingresso na Otan. Ele cobra do país uma postura mais clara sobre o que Ancara considera “terrorismo”, referindo-se à tolerância sueca com indivíduos acusados de serem militantes de milícias curdas.

Estocolmo cedeu parcialmente às exigências ao anunciar, em dezembro de 2022, a extradição de Mahmut Tat, acusado de ligação com o PKK (Partido dos Trabalhadores Curdos), grupo considerado extremista inclusive pelos EUA e a União Europeia (UE). Porém, outras demandas turcas não foram atendidas.

No início de março deste ano, a Suécia deu mais um pequeno passo para ter seu pedido aceito ao obter o aval da Hungria, que igualmente ainda bloqueiam a candidatura, mas deu sinais de que não mais criará empecilho.

Na ocasião, após um encontro entre membros dos dois governos em Estocolmo, a delegação húngara projetou que o pedido de suecos e finlandeses será aprovado oficialmente. A votação parlamentar em Budapeste estava agendada para ocorrer no início do mês, mas foi adiada para o dia 20 de março.

No caso de Ancara, porém, não houve mais avanços. Embora também faça exigências à Finlândia, a Turquia tende a aprovar o pedido de Helsinque e postergar a decisão referente a Estocolmo. Isso tem levado as duas nações escandinavas a mudar a posição inicial, de que ambas só aceitariam ingressar na Otan “de mãos dadas”.

A fim de convencer os turcos, a Suécia apresentou na semana passada um projeto de lei que criminaliza o ato de fazer parte ou endossar organizações terroristas. A intenção do governo é colocar a legislação em vigor em 1º de junho.