Guiana desiste de acordo com Taiwan após pressão do governo da China

Apoio chinês ao crescente setor petroleiro local foi incentivo para suspensão do plano de escritório comercial

Por pressão da China, o governo da Guiana desistiu do acordo que permitiria a Taiwan instalar um escritório comercial no país, informou o portal MercoPress no domingo (7).

Os países assinaram um acordo bilateral em janeiro por intermédio dos EUA, que divulgou essa aproximação no último dia 3. Os laços diplomáticos da Guiana com a China, porém, forçaram o fim dessa recém-estabelecida relação.

Pouco depois do anúncio, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, pediu que Taiwan tome medidas “para corrigir o erro”.

Guiana desiste de acordo com Taiwan após pressão de Beijing
Porta-voz do Ministério de Relações Exteriores de Taiwan mostra um mapa da Guiana em coletiva de imprensa, em fevereiro de 2021 (Foto: Taiwan’s Ministry of Foreign Affairs/Divulgação)

Em seguida, uma nota do governo guianês afirmou que o país “continua a aderir à política de uma só China” e que as relações com Beijing permanecem “intactas”.

“O governo não estabeleceu laços diplomáticos com Taiwan e, como resultado da falta de comunicação sobre o acordo assinado, este foi rescindido”, disse o ministério.

O receio da Guiana é que o elo com Taiwan se torne um problema para seu setor de petróleo, em franco crescimento. A estatal chinesa CNOOC Nexen possui 25% de participação no bloco Stabroek, com gigantescas reservas. Parte do petróleo guianês é refinado na província chinesa de Shandong.

A Guiana também está entre os 38 países que receberão a vacina produzida pela estatal chinesa Sinopharm.

Oito países na região mantém elo

O ministério das Relações Exteriores de Taiwan lamentou a decisão e se disse “decepcionado” com a decisão unilateral da Guiana. Além dos guianeses, a República Dominicana também abandonou relações com Taiwan em 2018, em favor da China.

Oito países na América Latina e Caribe ainda mantêm relações diplomáticas com Taiwan: Guatemala, Honduras, Belize, Nicarágua, Haiti, São Cristóvão e Névis, Santa Lúcia e São Vicente e Granadinas.

Beijing vê Taiwan como uma “província rebelde” desde 1949 e a ilha tem sua independência questionada pela China.

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