O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou ao Líbano nesta segunda (31) para cobrar um acordo de reformas emergenciais. Macron esteve no país após a explosão do porto de Beirute, no último dia 4.
O presidente da França, antiga metrópole colonial, definiu o início de setembro como prazo final para uma “mudança política” no Líbano.
Macron sugeriu reformas para combater a inflação, a desigualdade e o desabastecimento. O país possui a maior concentração per capita de refugiados do mundo e um potencial colapso poderia reacender a crise migratória para a Europa, após seu auge em 2015.

Em troca, a França pleiteará fundos às famílias e sobreviventes da explosão, informou o portal Politico.
Ocorrida em um porto que não via reformas há anos, a explosão matou mais de 200 pessoas, deixou milhares de desabrigados e um prejuzo de cerca de US$ 15 bilhões, além de aprofundar a crise no país.
A tentativa em formalizar um acordo no Líbano tem como objetivo aumentar a credibilidade do país junto à comunidade internacional.
Na visita, o presidente francês se encontra pessoalmente com diferentes lideranças do país. “Vou dedicar um tempo para tentar finalizar algo”, disse Macron a jornalistas na sexta (28). “Digo em nome dos franceses: estaremos sempre ao lado do povo libanês”, reiterou nesta terça (1), no Twitter.
La liberté, le dialogue, la coexistence. Le Liban est fort de ces valeurs. Fort de l'Histoire centenaire du Grand Liban. Il saura renaître de la crise qu'il traverse. Je le dis au nom des Français : nous serons toujours aux côtés du peuple libanais. pic.twitter.com/8JRYI0jjQ2
— Emmanuel Macron (@EmmanuelMacron) September 1, 2020
O novo primeiro-ministro
Macron poderá se encontrar com o novo primeiro-ministro do país, Mustapha Adib, nomeado nesta segunda (31). Para uma parcela da população, Adib é visto como mais um guarda-costas da classe política dominante no país.
Adib foi embaixador do Líbano na Alemanha a partir de 2013. Ele foi designado ao cargo de primeiro-ministro no domingo (30), poucas horas antes da chegada de Macron no país, informou a CNN.
Filiado a um pequeno partido sunita liderado pelo ex-primeiro-ministro Najib Mikati, Adib tem o apoio da maioria dos blocos parlamentares – o que inclui o Hezbollah, apoiado pelo Irã, e o partido do primeiro-ministro Saad Hariri, apoiado pelos sauditas.
O presidente libanês, Michel Aoun, já o encarregou de formar o próximo governo do país.