Macron volta ao Líbano e pressiona por acordo para reformas emergenciais

Presidente francês definiu prazo para "mudança política" após explosão em Beirute e busca auxílio internacional

O presidente francês, Emmanuel Macron, voltou ao Líbano nesta segunda (31) para cobrar um acordo de reformas emergenciais. Macron esteve no país após a explosão do porto de Beirute, no último dia 4.

O presidente da França, antiga metrópole colonial, definiu o início de setembro como prazo final para uma “mudança política” no Líbano.

Macron sugeriu reformas para combater a inflação, a desigualdade e o desabastecimento. O país possui a maior concentração per capita de refugiados do mundo e um potencial colapso poderia reacender a crise migratória para a Europa, após seu auge em 2015.

Macron volta ao Líbano e pressiona acordo para reformas emergenciais
O presidente francês, Emmanuel Macron, durante pronunciamento no Palácio Elysée, em Paris, França. Janeiro de 2018 (Foto: Flickr/Jacques Paquier)

Em troca, a França pleiteará fundos às famílias e sobreviventes da explosão, informou o portal Politico.

Ocorrida em um porto que não via reformas há anos, a explosão matou mais de 200 pessoas, deixou milhares de desabrigados e um prejuzo de cerca de US$ 15 bilhões, além de aprofundar a crise no país.

A tentativa em formalizar um acordo no Líbano tem como objetivo aumentar a credibilidade do país junto à comunidade internacional.

Na visita, o presidente francês se encontra pessoalmente com diferentes lideranças do país. “Vou dedicar um tempo para tentar finalizar algo”, disse Macron a jornalistas na sexta (28). “Digo em nome dos franceses: estaremos sempre ao lado do povo libanês”, reiterou nesta terça (1), no Twitter.

O novo primeiro-ministro

Macron poderá se encontrar com o novo primeiro-ministro do país, Mustapha Adib, nomeado nesta segunda (31). Para uma parcela da população, Adib é visto como mais um guarda-costas da classe política dominante no país.

Adib foi embaixador do Líbano na Alemanha a partir de 2013. Ele foi designado ao cargo de primeiro-ministro no domingo (30), poucas horas antes da chegada de Macron no país, informou a CNN.

Filiado a um pequeno partido sunita liderado pelo ex-primeiro-ministro Najib Mikati, Adib tem o apoio da maioria dos blocos parlamentares – o que inclui o Hezbollah, apoiado pelo Irã, e o partido do primeiro-ministro Saad Hariri, apoiado pelos sauditas.

O presidente libanês, Michel Aoun, já o encarregou de formar o próximo governo do país.

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