A NYSE (Bolsa de Valores de Nova York, em inglês) desistiu de seu plano de deslistar as três maiores estatais de telecomunicações da China na manhã desta terça (5), confirmou a Bloomberg.
O movimento ocorre quatro dias depois do anúncio de retirada em cumprimento a uma “ordem executiva” do Executivo dos EUA, conforme disse o órgão no sábado (2).
Em novembro, o presidente Donald Trump decretou a proibição de investimentos norte-americanos em empresas de propriedade ou controladas por militares chineses.
No documento, o republicano afirma que as três empresas – China Mobile, China Telecom e China Unicom Hong Kong – apoiam diretamente os aparelhos militares, de inteligência e segurança de Beijing, assim como seu desenvolvimento.

A ordem é mais uma peça para pressionar Beijing na disputa comercial e tecnológica entre os dois países, que se acentuou desde o início da pandemia, em janeiro de 2020.
Para a reversão, a NYSE disse ter consultado as “autoridades regulatórias relevantes” e se recusou a dar mais detalhes. A reviravolta desagradou investidores que venderam suas ações nas companhias chinesas.
Além disso, o movimento brusco desencadeou especulação. Enquanto uns acreditam que a NYSE interpretou a ordem de Trump de forma inadequada, outros já esperam por implicações geopolíticas.
No sábado, Beijing prometeu “tomar as medidas necessárias” à retirada, registrou a emissora CNBC. Apesar de não responder aos pedidos de comentário, a Comissão Reguladora de Valores da China, que regulamenta o mercado de capitais, classificou o cancelamento como “infundado”.
Trump deve deixar a presidência no dia 20. A equipe de transição de Joe Biden não se manifestou se manterá, ou não, a ordem do republicano.