EUA alega ‘propaganda’ e encerra cinco programas de intercâmbio com China

Washington alegou que programas, criados ainda nos anos 1960, hoje sofrem influência indevida de Beijing

O Departamento de Estado dos EUA encerrou cinco programas de intercâmbio cultural com a China no último dia 5. Washington considerou os programas como “soft power” – capacidade indireta de influência através de meios culturais e ideológicos.

Já foram suspensos os programas Educacional de Viagem à China de Formuladores de Políticas, de Amizade China-EUA, de Intercâmbio de Liderança, Programa Transpacífico e Programa Educacional e Cultural de Hong Kong.

No comunicado, ao qual a Reuters teve acesso, o governo norte-americano argumenta que os programas foram criados ainda pelo presidente John F. Kennedy, em 1961, a fim de estimular o intercâmbio acadêmico com países estrangeiros.

Ao alegar 'propaganda', EUA encerra cinco programas de intercâmbio com China
Visitantes ao National Mall, na capital norte-americana Washington, em novembro de 2020 (Foto: Xinhua/Ting Shen)

A guerra comercial e tecnológica entre Washington e Beijing, no entanto, já não comporta a troca cultural. “O governo chinês financia e opera nos cinco programas em questão, o que configura propaganda de soft power“, disse a nota.

A medida é mais uma tentativa de distanciamento dos EUA à crescente influência da China em sua vida acadêmica. Com forte investimento no recrutamento de pesquisadores estrangeiros, Beijing teria investido em 200 programas de “caça-talentos” desde 2008.

Estima-se que cerca de 60 mil cientistas participaram das seleções. Além disso, um relatório lançado no dia 20 de outubro aponta que universidades norte-americanas omitiram o recebimento de mais de bilhões em recursos chineses.

O Departamento de Estado dos EUA e embaixada chinesa em Washington não responderam aos questionamentos sobre o assunto.

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