Incertezas sobre 2021 prorrogam decisão da Opep sobre preços do petróleo

Reunião foi transferida para quinta (3); países membros querem mais tempo para revisar cortes em fornecimento

A reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), prevista para esta terça (1), foi transferida para quinta-feira. A decisão, confirmada à Agência EFE pelo ministério de Energia do Cazaquistão, é mais um sintoma das incertezas ao preço do petróleo para 2021.

Após forte baixa no preço da commodity durante a pandemia e ainda sem previsão concreta sobre a vacina, o bloco instaurou novas consultas sobre a produção de barris de petróleo autorizada para cada país partir de janeiro.

Os Estados-membros devem decidir se o grupo manterá os cortes no fornecimento, como acontece agora, ou se aumentará a produção no próximo ano. A meta desse entendimento é garantir menor oscilação do preço do petróleo e é comum entre os membros da Opep.

Incertezas sobre 2021 prorrogam decisão para preços de petróleo na Opep
Navio petroleiro Boraq no porto de Xangai, na China, em abril de 2014 (Foto: CreativeCommons)

A expectativa é que se mantenha o mesmo corte de 7,7 milhões de barris diários para cada Estado-membro, conforme estabelecido em abril para o terceiro trimestre deste ano.

Se aceito, o grupo deve limitar o bombeamento por até dois anos. A primeira fase, de maio a junho, prevê a retirada do mercado de até 9,7 milhões de barris diários – cerca de 10% da oferta mundial antes da redução forçada pela pandemia.

“Consenso relativo”

Em entrevista à Agência EFE, o ministro de Petróleo do Irã, Biyan Zanganeh, afirmou que “alguns membros” estão relutantes em continuar com o corte atual. “Há um consenso relativo dentro da Opep”, disse.

Segundo Zanganeh, a Rússia e o Cazaquistão concordam em aumentar a produção ao menos nos três primeiros meses do próximo ano.

Já a agência estatal russa TASS apontou que, além da Rússia, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita discordam sobre a questão. Abu Dhabi quer garantir a sua nova estrutura de produção e, assim, estabelecer-se como figura central na exportação de petróleo, apontou a Bloomberg.

Sem um consenso, os países-membros poderão adicionar até 1,9 milhão de barris por dia aos mercados mundiais, fator que deve prejudicar a recente recuperação nos preços do combustível.

Integram a Opep Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.

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