Grandes fabricantes de automóveis alertaram o governo dos EUA sobre a iminente paralisação de fábricas devido à escassez de ímãs de terras raras importados da China. A preocupação foi formalizada em uma carta enviada por representantes de montadoras como General Motors, Toyota, Volkswagen e Hyundai. As informações são da agência Reuters.
Na correspondência, duas entidades norte-americanas, a Aliança para Inovação Automotiva e a Associação dos Fabricantes de Motores e Equipamentos (Mema, na sigla em inglês), afirmam que a falta desses materiais compromete a produção de peças fundamentais para veículos, como transmissores automáticos, sensores, motores, câmeras e até cintos de segurança.
“Sem acesso confiável a esses elementos e ímãs, os fornecedores automotivos não poderão produzir componentes críticos”, escreveram as entidades.

Desde abril, a China — que domina mais de 90% da capacidade global de processamento desses ímãs — passou a exigir licenças especiais para exportação. O novo procedimento, considerado opaco por empresas estrangeiras, inclui exigências documentais que somam centenas de páginas e levou à queda de 50% nas exportações em abril.
Em negociações realizadas em Genebra, autoridades dos Estados Unidos pressionaram a China a cumprir o compromisso de liberar as exportações. “Não vimos o fluxo de alguns desses minerais críticos como deveria estar acontecendo”, declarou Jamieson Greer, representante de Comércio dos EUA.
A Bosch, fornecedora alemã de peças automotivas, confirmou que seus parceiros têm enfrentado dificuldades com o novo processo chinês. Um porta-voz da empresa classificou os trâmites como “complexos e demorados, em parte devido à necessidade de coletar e fornecer muitas informações”.
Enquanto algumas licenças já foram concedidas, empresas da Índia ainda não foram contempladas e preveem interrupções na produção já no início de junho. A Casa Branca não descarta medidas de retaliação caso a situação se agrave. “Em casos graves, isso pode incluir a necessidade de redução de volume de produção ou até o fechamento de linhas de montagem”, alertaram as entidades no documento enviado ao governo.