USP: Demanda contribui para crescimento do agronegócio na pandemia

Pesquisador aponta que fortalecimento de exportações de grãos foi essencial ao crescimento na crise

Material publicado originalmente no Jornal da USP (Universidade de São Paulo)

Enquanto alguns setores ainda tentam se recuperar da crise econômica causada pela pandemia, o agronegócio registra crescimento de receita impulsionado pela alta demanda por produtos, principalmente grãos.

De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, Lucílio Alves, alguns países impuseram restrições sobre importação e exportação, o que fez com que os preços internacionais subissem.

Como resultado, a demanda cresceu de modo a impactar positivamente as vendas do Brasil para o exterior. Segundo Alves, a pandemia favoreceu o aumento da demanda por alimentos no Brasil e no mundo, especialmente por conta da mudança de rotina.

USP: Demanda contribui para crescimento do agronegócio na pandemia
Colheita de soja no Mato Grosso do Sul, Brasil, em abril de 2016 (Foto: Pixabay/Charles Ricardo)

Ao forçar o aumento do consumo de alimentos em casa, a pandemia fez com que alguns países impusessem restrições sobre importação e exportação. O aumento dos preços internacionais veio na esteira deste movimento.

Ao mesmo tempo, a demanda internacional por produtos colaborou para que países como o Brasil tivessem ganhos de receita em exportação. “No caso de grãos, é importante lembrar que temos as cotações formadas em contexto internacional”, apontou o pesquisador.

Oferta e demanda

Segundo Alves, os países trabalham em conjunto para que a oferta e a demanda prevaleçam na formação dos preços do agronegócio, principalmente no mercado de soja, milho, trigo e arroz.

“Isso traz, consequentemente, aumento de preços no varejo, no atacado, nas unidades beneficiadoras e chega aos produtos”, explica. Agora, a expectativa é que a colheita das safras de verão de 2021 contribuam para o ajuste de preços em contexto nacional.

“Espera-se que no primeiro trimestre de 2021 tenhamos um ajustamento de preços, uma pressão sobre essas cotações e que a população possa sentir menos”, finaliza.

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