AIEA inicia presença permanente de especialistas em usinas nucleares da Ucrânia

Diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, diz que a missão visa a fornecer assistência em segurança e proteção nuclear

A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) iniciou nesta semana a instalação permanente de especialistas em usinas nucleares da Ucrânia. Falando em Chernobyl, o diretor-geral da agência, Rafael Mariano Grossi, destacou que a missão pretende fornecer assistência em segurança e proteção nuclear.

Na segunda-feira (16), o chefe da AIEA revelou que a agência estava dando início a um programa muito amplo de assistência em segurança e proteção da instalação nuclear local. Ele disse ter recebido uma atualização sobre a situação na instalação nuclear e que os especialistas estavam se preparando para passar para a fase seguinte.

As instalações localizadas a norte do país tiveram um acidente considerado o pior desastre nuclear da história em 1986.

Em março de 2022, a central nuclear de Chernobyl foi um dos primeiros lugares ocupados pelas tropas russas, após o início da invasão ao território ucraniano em  24 fevereiro.

Grossi disse que a fase posterior à ocupação tem sido bem-sucedida. Ele explicou que foi restaurada grande parte das atividades funcionais, que quase retornaram ao normal. Para Grossi, a nova etapa é importante, mas exige muito trabalho pela frente.

Medidas de prevenção

Na intervenção, o chefe da AIEA afirmou descartar a possibilidade de um novo ataque. Ele defendeu que a presença permanente de especialistas é uma medida que ajudará a  informar à comunidade internacional sobre qualquer desenvolvimento nesse sentido para que sejam tomadas medidas de prevenção.

Além de Chernobyl, várias usinas nucleares da Ucrânia, incluindo as de Rivne e Khmelnitsky, passam a contar com missões permanentes  compostas por dois especialistas da AIEA.  

A agência pretende ter presença permanente de até quatro especialistas na maior usina nuclear da Ucrânia: Zaporizhzhya. O local está sob o controle dos militares russos desde o início de março.

Rafael Mariano Grossi, diretor-geral da AIEA, em coletiva sobre a usina de Zaporizhzhya (Foto: AIEA/Flickr)

Grossi disse que continuará seus esforços para a criação de uma zona de segurança e proteção ao redor da usina com seis reatores. Este tema está em agenda para as reuniões com funcionários do governo, incluindo o presidente ucraniano.

Encontros com autoridades

Comentando a proposta sobre Zaporizhzhya, onde a AIEA tem presença há mais de quatro meses, Grossi declarou que a usina está localizada na linha de frente, e que uma zona de proteção no local é mais necessária do que nunca.

A expetativa é de que o acordo e sua implementação ocorram em breve, embora ele “prefira avançar mais rapidamente no plano”. Esta questão também será abordada nesta semana com o governo ucraniano em Kiev e em consultas à Rússia.

A presença dos especialistas nas usinas nucleares foi solicitada pela Ucrânia e acontece na sequência das várias visitas feitas pela agência da ONU durante o conflito.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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