AIEA pede urgência para garantir segurança da usina nuclear de Zaporizhzhya

Diretor da agência diz que reatores da usina não estão em operação e que, até agora, avaliação concluiu que nada suscita preocupação

O diretor-geral da AIEA (Agência Internacional de Energia Atômica), Rafael Mariano Grossi, diz que é “urgentemente necessário” criar uma zona de segurança e proteção na central nuclear de Zaporizhzhya, na Ucrânia. 

Grossi se dirigiu ao Conselho de Diretores da agência, em Viena, dias depois de visitar o local, e afirmou que iniciou consultas com as partes relevantes a fim de firmar um compromisso com esse propósito.

Falando nesta segunda-feira (12), na capital austríaca, ele defendeu a presença contínua de especialistas da agência no local para ajudar a garantir a segurança e a proteção nuclear. Com a medida, os inspetores já realizaram atividades consideradas vitais.

Grossi disse que a missão de especialistas deixou claro o objetivo “urgente e imperativo de se parar com os bombardeios”, que impedem uma operação segura da central nuclear de Zaporizhzhya.

Rafael Mariano Grossi em coletiva sobre a usina nuclear de Zaporizhzhya (Foto: AIEA/Flickr)

Para o chefe da AIEA,  uma zona de proteção é essencial para dar fim aos frequentes bombardeios que ameaçam a usina e a infraestrutura de energia externa. Ambos são recursos “cruciais para o resfriamento dos reatores e outros sistemas de segurança, agora que todos os reatores da central nuclear estão parados”.

Grossi informou ainda que os canais de comunicação foram interrompidos, em alguns casos cortados, na maior central nuclear da Europa. A recomendação é para que sejam restabelecidos de forma confiável e segura, com níveis adequados de troca de informações. 

O diretor-geral contou que as medidas de proteção da AIEA continuam sendo implementadas, apesar dos desafios contínuos da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Ele considera essencial a verificação nos dois reatores que foram reabastecidos e prometeu que o plano continuará sendo observado, tendo em conta a segurança e proteção. 

Segundo ele, após a avaliação das informações sobre defesas disponíveis, não foi encontrada nenhuma indicação que pudesse gerar preocupação de proliferação.

Pacote de ajuda

O programa de assistência técnica continua a ser um veículo importante para que a Ucrânia peça ajuda aos Estados-Membros em condições de colaborar

Em julho, a AIEA fez a primeira entrega de equipamentos essenciais para as instalações, pacote composto por dispositivos de proteção e monitoramento de radiação, bem como proteção individual e outros. A meta é mitigar as possíveis consequências de um acidente nuclear ou uma emergência radiológica.

Grossi disse que 11 doadores e uma organização internacional já se ofereceram ou mostraram-se disponíveis para dar contribuições fora do orçamento regular em apoio à Ucrânia em termos de segurança, proteção e salvaguardas nucleares. 

Nos próximos meses, mais equipamentos relacionados ao tipo de operação serão transportados. O diretor-geral da AIEA destacou haver “necessidades substanciais” e incentivou os outros países a avançarem com seu apoio nesse sentido.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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