Os membros da UE (União Europeia) Alemanha, Polônia e Suécia expulsaram diplomatas russos de seus respectivos territórios nesta segunda-feira (8), confirmou a BBC.
A medida é uma resposta à ordem de saída por parte da Rússia a representantes desses países europeus e ocorre na esteira do encontro do chefe de política externa da UE, Josep Borrell, com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, no domingo (7).
Moscou alega que os diplomatas da Alemanha, Polônia e Suécia no país se envolveram nos protestos a favor do opositor ao Kremlin Alexei Navalny. Manifestações ganharam tração em várias cidades do país após a prisão do político, no último dia 23.

As expulsões recíprocas indicam um novo capítulo na deterioração das relações entre Moscou e Bruxelas. Borrell viajou a Moscou no domingo numa tentativa de apaziguar a “tendência negativa” nas relações.
“A reação que recebi aponta para uma direção diferente”, escreveu o representante da UE. Além das expulsões dos diplomatas da UE durante a visita, Borrell denunciou uma “conferência de imprensa encenada de forma agressiva”.
“Isso indica que as autoridades russas não querem aproveitar a oportunidade de manter um diálogo. Embora não seja inesperado, a perspectiva estratégica russa é lamentável”, escreveu Borrell.
Tentativa de homicídio gera crise
A prisão de Navalny acelerou a tensão entre UE e Rússia. Um dos principais opositores de Vladimir Putin, o político sobreviveu a um envenenamento pela substância novichok em agosto de 2020.
Navalny acusa Putin de ordenar o ataque. O Kremlin nega qualquer envolvimento no caso e contesta a conclusão sobre o uso do novichok. À época do ataque, a imprensa estatal russa alegou que Navalny se intoxicou “por ser alcoólatra“.
O político se recuperou na Alemanha – o que gerou novos atritos entre Berlim e Moscou. Desde então, a UE pressiona pela soltura do oposicionista. “A discussão atingiu altos níveis de tensão porque pedi a libertação imediata e incondicional [de Navalny]”, relatou Borrell.
O representante da UE também disse ter pedido uma investigação completa e imparcial da tentativa de assassinato. “Minha reunião com o ministro Lavrov destacou que a Europa e a Rússia estão se distanciando”, pontuou.