Ameaça de invasão dos EUA em redes russas é ‘crime internacional’, diz Moscou

Washington planeja ataques cibernéticos em retaliação à invasão da SolarWinds, segundo o "The New York Times"

O relatório sobre uma suposta “preparação” dos EUA para ataques cibernéticos às redes da Rússia deve ser enquadrado como um “crime internacional”, disse o porta-voz do governo em Moscou, Dmitry Peskov, na terça (9).

A afirmação veio à guisa de resposta a uma reportagem do jornal norte-americano “The New York Times” do último domingo (7). Autoridades não identificadas afirmam que Washington planeja atacar as redes russas em retaliação à invasão no sistema SolarWinds, em fevereiro.

O “contra-ataque” estaria previsto para ocorrer em até três semanas. A texana SolarWinds coordena a ferramenta Orion, sistema de segurança com 300 mil clientes, como agências governamentais dos EUA e Reino Unido.

Ameaça dos EUA sobre invasão em redes russas é 'crime internacional', diz Moscou
O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, em Omsk, Rússia, em registro de novembro de 2019 (Foto: Divulgação/Tass/Mikhail Metzel)

Hackers teriam acessado os emails da plataforma depois de assumir o controle da chave criptográfica do Tesouro dos EUA, ainda no final de 2020. Ainda não está claro quantas e quais informações foram acessadas.

A autoridade dos EUA teria afirmado que as ações clandestinas seriam “óbvias” para o presidente russo Vladimir Putin e sua inteligência militar – mas não para o resto do mundo.

“Essa é uma informação alarmante”, disse o porta-voz do Kremlin à RFE (Radio Free Europe). “O fato de o jornal não descartar a possibilidade de Washington estar envolvido em crimes cibernéticos nos preocupa.”

Acusação

Em 5 de janeiro, um comunicado conjunto de quatro agências de inteligência dos EUA disseram ter identificado pelo menos dez setores federais afetados pela ação de hackers. Os invasores operaram por duas semanas antes de serem descobertos.

O comunicado dos EUA aponta que grupos hackers apoiados por Moscou estariam por trás dos ataques, o que a Rússia nega. O relatório vem na esteira de um novo ataque cibernético na última semana, desta vez contra contas de emails da Microsoft.

Neste caso, porém, Washington atribui a culpa a invasores apoiados pela China. “O hack chinês é uma ameaça ativa”, disse a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki.

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