Assassino em série russo pede para ir à guerra em troca de perdão por 80 assassinatos

Mikhail Popkov, um ex-policial conhecido como “Maníaco de Angarsk”, disse à TV russa que sua formação militar agora é "muito procurada" e quer ir para o front em troca de perdão

Mikhail Popkov, um assassino em série condenado à prisão perpétua pelo assassinato de 80 mulheres, está se oferecendo para lutar por Moscou na Ucrânia em troca de perdão. O assassino, que atualmente cumpre duas sentenças máximas por crimes cometidos durante quase duas décadas, foi apelidado de “O Lobisomem” e o “Maníaco de Angarsk” pela imprensa local. As informações são da revista Newsweek.

Popkov, de 58 anos, é um ex-policial condenado em 2015 por violência sexual e assassinato de dezenas de mulheres entre 1992 e 2010 em Angarsk e Irkutsk, na Sibéria, e Vladivostok, no Extremo Oriente da Rússia.

A maioria das vítimas, que tinha entre 18 e 50 anos, foi estuprada antes de morrer. O criminoso usou diversos utensílios para matar as mulheres, entre eles machados, martelos, facas, chaves de fenda e pás. Popkov confessou os crimes em 2018 e justificou seus atos dizendo que tinha a intenção de “limpar a cidade das prostitutas”.

Preso desde 2012, Mikhail Popkov cumpre duas prisões perpétuas (Foto: BECTN/Captura de tela)

O esquema de recrutamento da prisão ao qual Popkov manifestou desejo de se juntar partiu do Wagner Group, organização paramilitar russa envolvida ativamente na guerra contra Kiev. A partir dele, criminosos condenados na Rússia podem reforçar suas fileiras em apoio às tropas de Moscou, que estão com o contingente reduzido. O contrato é para seis meses de serviços no campo de batalhas. Em troca, recebem a promessa de liberdade, com os crimes perdoados pelo governo. 

Ao ser questionado pela TV estatal russa sobre qual seria o seu sonho, Popkov respondeu: “Entrar para o exército”. Ele ainda observou que lutar na Ucrânia “não é como um jogo de computador” e que não se trata de “livros de ficção sobre super heróis”.

O serial killer, que está preso desde 2012, ainda disse ter “experiência” para a função, já que tem currículo como policial e segurança.

“Levando em consideração minha especialização militar, acho que está em alta demanda agora”, disse ele, embora tenha admitido que precisaria desenvolver “novas habilidades”, mas que isso não seria problema.

“Embora eu tenha estado na prisão por dez anos, não acho que seria tão difícil aprender novas habilidades”, acrescentou Popkov.

Apesar de ter sido diagnosticado por uma avaliação psiquiátrica como um maníaco homicida, uma condição em que uma pessoa tem um desejo irracional de matar alguém, Popkov foi declarado são e estaria apto para servir.

Na terça-feira (17), Evgeny Prigozhin, aliado do presidente russo Vladimir Putin e tido como principal financiador do Wagner Group, disse que uma quarta rodada de prisioneiros concluiu seus contratos com o grupo e recebeu os indultos prometidos.

Segundo um ex-comandante da organização, Andrei Medvedev, esses contratos têm sido como missões suicidas. Ele, que escapou do grupo e fugiu para a Noruega, descreveu que os prisioneiros “são usados ​​como bucha de canhão”.

Em setembro do ano passado, uma fonte ligada ao governo norte-americano relatou que o Wagner Grouvinha enfrentando dificuldades para encontrar presos interessados em arriscar a vida em troca do perdão a seus crimes.

Em outubro, a ativista russa de direitos humanos Olga Romanova disse que mais de 20 mil prisioneiros russos haviam sido enviados para o front na Ucrânia, recrutados pela milícia em colônias penais na parte europeia da Rússia, bem como na região dos Urais.

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