Nesta terça-feira (21), o presidente do Azerbaijão, Ilham Aliyev, afirmou que a França está desestabilizando a região do Sul do Cáucaso ao apoiar separatistas. As informações são da agência France24.
Em uma conferência internacional na capital, Baku, o líder afirmou que o apoio francês a “tendências separatistas” não apenas impacta suas antigas e atuais colônias, mas igualmente afeta o território entre o Mar Negro e o Mar Cáspio, onde também estão situadas a Geórgia e a Armênia.
Aliyev afirmou que a França adota uma “política militarista” ao fornecer assistência militar à Armênia. Além disso, acusou Paris de encorajar “forças revanchistas” de Yerevan e de criar as condições para o início de novos conflitos na região do Sul do Cáucaso.
O presidente azeri também alegou que a França persiste em uma política de neocolonialismo, sendo responsável por “a maioria dos crimes sangrentos da história colonial da humanidade”.
Continuando, ele destacou que a França deveria sentir “vergonha” por sua história colonial, marcada por crimes sangrentos, mas, em vez disso, fala sobre “limpeza étnica fictícia em outros países” em vez de reconhecer e se desculpar pelas atrocidades que cometeu.
Como lar de uma significativa diáspora armênia, a França é frequentemente alvo de críticas por Baku por supostamente abrigar um “viés pró-armênio” no conflito territorial entre os países do Cáucaso.
Na semana passada, o primeiro-ministro armênio, Nikol Pashinyan, afirmou que a “vontade política de Yerevan em assinar um acordo de paz com o Azerbaijão nos próximos meses permanece firme”. Por sua vez, Aliyev informou que o Azerbaijão recentemente apresentou suas propostas para um tratado de paz futuro com a Armênia e aguarda a resposta de Yerevan.
Em outubro, Aliyev recusou-se a participar das negociações com Pashinyan na Espanha, alegando preconceito francês. Emmanuel Macron, presidente francês, e Olaf Scholz, chanceler alemão, deveriam mediar as discussões com o chefe da União Europeia (UE), Charles Michel. Desde então, não houve avanço visível na retomada das negociações lideradas pela UE.
Azerbaijão x Armênia
As disputas entre o Azerbaijão e a Armênia centram-se principalmente em torno do conflito de Nagorno-Karabakh, uma região historicamente predominantemente armênia, mas que faz parte do Azerbaijão.
O apoio de Israel foi crucial para o sucesso da ofensiva militar do Azerbaijão em Nagorno-Karabakh em setembro, permitindo a Baku expulsar os armênios étnicos e retomar o controle do enclave após mais de 30 anos.