Belarus denuncia conspiração de países da Otan para derrubar Lukashenko

Teoria da conspiração fala em agentes treinados na Polônia e na Ucrânia para realizar "ataques terroristas" e uma invasão armada no território belarusso

A KGB, polícia secreta de Belarus, disse no domingo (25) que países membros da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) estão preparando um golpe contra o ditador Alexander Lukashenko. As informações são da revista Newsweek.

Segundo Konstantin Bychek, vice-chefe do Departamento de Investigação do Comitê de Segurança do Estado de Belarus, a conspiração é encabeçada por Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia.

Sem apresentar provas, ele alegou que oficiais de inteligência desses países, todos membros da aliança militar transatlântica, estão “treinando militantes” para o “uso subsequente da força para derrubar o governo em nosso país”. Os agentes destacados para executar missão teriam sido treinados na Polônia e depois no leste da Ucrânia, em meio à guerra contra a Rússia.

Lukashenko: conspiração envolveria Otan e agentes treinados na Ucrânia (Foto: kremlin.ru/WikiCommons)

Depois de passarem pelo território ucraniano, os militantes “retornam, tornam-se instrutores, preparam ataques terroristas e desenvolvem planos para uma invasão armada do território de Belarus”, acrescentou Bychek.

Rasmus Nilsson, especialista em estudos da Rússia e de Belarus pela University College London, diz que tal retórica é habitual no governo de Lukashenko. O objetivo , explicou, é fortalecer o papel do país como aliado de Moscou contra as nações ocidentais, mas deixando claro que a prioridade é proteger Minsk.

“Neste momento, dada a guerra na Ucrânia e a turbulência na Rússia, o regime belarusso quer mostrar aos líderes russos que está no comando e pronto para trabalhar com a Rússia contra a ameaça ocidental”, disse o especialista.

A denúncia surge em um momento chave na relação Moscou-Minsk, vez que Lukahsenko intermediou as negociações que encerraram o motim do Wagner Group na Rússia no final de semana. Evgeny Prigozhin, que liderou o movimento no território russo, inclusive aceitou a se exiliar em Belarus, tendo em troca a insurgência perdoada pelo presidente russo Vladimir Putin.

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