O magnata russo Oleg Deripaska, que chamou a guerra de Vladimir Putin de “loucura”, teve seu complexo hoteleiro de US$ 1 bilhão e sua marina na cidade de Sochi apreendidos após o Kremlin ter pedido a ele para “se acalmar” e cessar as críticas ao conflito. A decisão da Justiça russa sinaliza a pressão enfrentada pelos bilionários do país desde a invasão à Ucrânia, iniciada em 24 de fevereiro. As informações são do jornal Financial Times.

Empresário da indústria de metais, Deripaska, 54 anos, se enquadra em um pequeno grupo de oligarcas que entrou em rota de colisão com Putin e se arriscou a criticar a incursão militar no país vizinho. Dias após o início do conflito, ele se manifestou em um grupo do aplicativo de mensagens russo Telegram. “A paz é muito importante. As negociações devem começar o mais rápido possível”. Junto dele também estão nomes como o de Mikhail Fridman, cofundador do Alfa Bank.
A ordem judicial confisca o complexo hoteleiro Imeretinskiy, que se estende por 1,5 quilômetros ao longo da costa do Mar Negro e compreende hotéis, apartamentos e piscinas, bem como a marina. A punição ocorre após críticas endereçadas ao governo russo. “O Kremlin pediu para ele se acalmar”, disse uma pessoa próxima ao empresário, que em junho declarou que destruir a Ucrânia seria um “erro colossal”.
O magnata e sua gigante do alumínio, Rusal, estão sob sanções dos EUA desde 2018 por atividades na península da Crimeia anexada à Rússia, apesar de Deripaska ser um dos oligarcas russos mais ativos no que diz respeito a manifestações antiguerra.
Deripaska faz parte de um grupo de empresários conhecidos como oligarcas que controlam grande parte da economia russa, especialmente em energia e commodities. Eles conseguiram preservar suas fortunas com a condição de se manterem longe da política.