Britânicos projetam problemas para tropas russas em Bakhmut sem o Wagner Group

Moscou está redistribuindo tropas para a cidade de Donetsk, disse no sábado o Ministério da Defesa britânico

Autoridades de defesa britânicas afirmaram que as forças de Vladimir Putin enfrentarão dificuldades em responder de forma ágil aos desafios na linha de frente em Bakhmut, cidade oriental que Moscou alega ter capturado após meses de batalha, enquanto Kiev afirma que ainda está lutando pelo controle da região. A informações são da revista Newsweek.

De acordo com o Ministério da Defesa do Reino Unido (MOD, da sigla em inglês), em comunicado no sábado (3), a Rússia está realocando tropas regulares para substituir os mercenários do Wagner Group, que estão se retirando da cidade de Donetsk.

O empresário Evgeny Prigozhin, chefe da organização paramilitar, declarou no mês passado que suas tropas se retirariam de Bakhmut e seriam substituídas pelo exército regular russo. Ele afirmou que suas forças haviam capturado a cidade que estava sendo disputada há meses. No entanto, Kiev negou que a cidade tenha sido tomada e insiste que os combates continuam nas áreas ocidentais. Apesar disso, relatos indicam que as forças russas estão predominantemente controlando o setor.

Mercenários do Wagner Group em ação na Ucrânia (Foto: VK/Reprodução)

Segundo a atualização do MOD, as forças aerotransportadas russas (VDV, da sigla em russo), estão desempenhando um papel cada vez mais importante em Bakhmut. Partes das divisões 76 e 106, juntamente com duas brigadas separadas, foram implantadas na região.

No entanto, o comunicado da defesa britânica observou que essas forças aerotransportadas não mantêm mais o status de “elite” que tinham antes da invasão russa ao país vizinho, iniciada em fevereiro de 2022. É possível que os comandantes russos tenham tentado preservar algumas dessas unidades como uma reserva não comprometida.

O MOD ainda observou que, devido à mobilização dos soldados russos para manter a linha de frente em Bakhmut, é provável que toda a força russa tenha uma capacidade de reação menos flexível diante dos desafios operacionais.

Na sexta-feira (2), o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um think tank com sede nos EUA, divulgou informações de que as forças russas obtiveram pequenos avanços na área de Bakhmut. Essa região está sendo apresentada por fontes russas como parte de uma operação ofensiva em andamento, com o propósito de capturar Marinka, um assentamento localizado cerca de 80 milhas ao sul.

De acordo com o ISW, houve relatos de blogueiros militares pró-Rússia que mencionaram disputas sobre o controle de Marinka. Tanto a 150ª ea 20ª Divisões de Fuzileiros Motorizados da Rússia quanto as tropas da autoproclamada República Popular de Donetsk estão envolvidas em confrontos na região. Desde o início da guerra, as forças russas têm enfrentado dificuldades para avançar em Marinka.

O ISW também informou que o Ministério da Defesa da Rússia estava tentando demonstrar competência em sua resposta aos ataques relatados na região russa de Belgorod, conduzidos por grupos pró-ucranianos, como o Corpo de Voluntários Russos (RVC, da sigla em inglês) e a Legião Russa Livre.

O Ministério da Defesa da Rússia enfatizou a rapidez de sua resposta ao ataque em Shebekino, em Belgorod, na quinta-feira, destacando que reforçou a área de fronteira com tropas em apenas uma hora.

Essa situação ocorre enquanto o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky afirmou que Kiev está pronta para iniciar a aguardada contraofensiva.

Em uma entrevista publicada no sábado pelo The Wall Street Journal, Zelensky declarou: “Acreditamos firmemente que seremos bem-sucedidos. Não sei quanto tempo levará. Pode acontecer de várias maneiras completamente diferentes. Mas vamos fazer isso e estamos preparados”.

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