Chefe da ONU expressa ‘horror’ após dezenas de mortes de migrantes em naufrágio na Grécia

Ao menos 400 estavam a bordo do barco que naufragou, com 104 sobreviventes levados à costa em um primeiro momento

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

O secretário-geral da ONU, António Guterres, disse na quarta-feira (14) que ficou “horrorizado” com a notícia de dezenas de mortes no Mediterrâneo depois que um barco sobrecarregado supostamente virou e afundou na costa da Grécia.

As últimas notícias apontam que os corpos de pelo menos 79 homens, mulheres e crianças foram recuperados, com centenas de outros potencialmente mortos ou desaparecidos. A Organização Internacional para as Migrações (OIM) estima que pelo menos 400 pessoas estavam a bordo, acrescentando que 104 sobreviventes foram levados à costa em um primeiro momento após a tragédia.

Em conversa com correspondentes em Nova York, o porta-voz da ONU, Stéphane Dujarric, disse que Guterres havia enfatizado anteriormente “que toda pessoa em busca de uma vida melhor precisa de dignidade e segurança”.

“Este é mais um exemplo da necessidade de os Estados-Membros se unirem e criarem caminhos seguros e ordenados para as pessoas forçadas a fugir e para uma ação abrangente para salvar vidas no mar e reduzir viagens perigosas”, disse o porta-voz

Migrantes recuperados em travessia pelo Mar Mediterrâneo em 2019 (Foto: Acnur/F. Malavolta)
‘Ação abrangente’ necessária

Na terça-feira (13), a OIM divulgou números mostrando que quase 3,8 mil pessoas morreram em rotas de migração dentro e fora do Oriente Médio e Norte da África no ano passado, o número mais alto desde 2017, quando foram registradas 4.255 mortes.

No primeiro trimestre deste ano, 441 migrantes morreram no Mediterrâneo central. E, desde 2014, mais de 26 mil pessoas morreram ou desapareceram em todas as rotas combinadas.

O chefe da agência de refugiados da ONU (Acnur), Filippo Grandi, afirmou pelo Twitter que sentiu “apenas tristeza e raiva depois de outra tragédia mortal no mar”. E acrescentou: “Que as vítimas descansem em paz. Que os sobreviventes encontrem consolo e cuidado. Que os governos cooperem para aumentar os caminhos seguros e trabalhem juntos em soluções coletivas para lidar com esses fluxos.”

Escolhas impossíveis

O escritório do Acnur na Grécia apontou que as mortes de quarta-feira eram totalmente evitáveis. “Precisamos de caminhos mais seguros para as pessoas forçadas a fugir”, tuitou a agência. “Eles não devem ser deixados com escolhas impossíveis de risco de vida.”

De acordo com relatos da mídia grega, o barco que afundou na cidade costeira de Pylos estava a caminho da Itália, tendo partido da cidade de Tobruk, na Líbia.

O naufrágio é o mais mortífero na costa grega até agora este ano. Os sobreviventes teriam sido levados para a cidade de Kalamata, no sudoeste da Grécia, e deveriam ser transferidos para um acampamento fora de Atenas.

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