Confrontos irromperam em um bairro de imigrantes na terceira maior cidade da Suécia após o ativista por trás da disputa diplomática entre o país nórdico e as nações muçulmanas queimar mais uma cópia do Alcorão no fim de semana, relatou a polícia local. A violência incluiu ataques com pedras contra as forças de segurança e incêndios em dezenas de carros, incluindo uma garagem subterrânea. As informações são da agência Associated Press.
A polícia descreveu os eventos como um “motim violento” que começou no domingo (3) em Malmo e durou até a noite. Os distúrbios tiveram início quando o refugiado iraquiano Salwan Momika ateou fogo em um exemplar do livro sagrado dos muçulmanos no domingo (3), provocando a revolta de uma multidão que tentou detê-lo. Pelo menos três pessoas foram detidas.
Na manhã (horário local) desta segunda-feira (4), jovens manifestantes incendiaram pneus e outros objetos, além de lançarem scooters elétricas, bicicletas e barreiras no bairro de Rosengard, local que já havia sido palco de confrontos similares no passado. Várias faixas na região condenaram o ato.

Momika, de 37 anos, se autodenomina “ateu liberal”. Ele vive em Estocolmo desde 2018 e atraiu holofotes recentemente devido às suas repetidas ações de profanação do Alcorão, que têm trazido problemas diplomáticos. A polícia sueca permite esse tipo de manifestação, usando a liberdade de expressão como justificativa.
O protesto foi transmitido ao vivo pelas redes sociais.
Han ser så fk glad ut när han trampar på boken, Salwan Sabah Matti Momika Momika är hans fulla namn. pic.twitter.com/S8JysyHzUJ
— 𝒵ℴℯ 𝒥ℴ𝒽𝒶𝓃𝓈𝓈ℴ𝓃 (@Jess_5A) September 4, 2023
De acordo com uma pesquisa conduzida pela emissora pública sueca SVT, 53% dos cidadãos suecos se opõem à queima de livros sagrados, como o Alcorão e a Bíblia, enquanto 13% não têm uma opinião clara sobre o assunto.
Nos últimos meses, observou-se uma série de incidentes nos quais o Alcorão foi queimado, profanado ou alvo de tentativas semelhantes por parte de figuras e grupos islamofóbicos, especialmente na região norte da Europa e nos países nórdicos.
Essas ações têm gerado indignação tanto nos países muçulmanos, incluindo o ataque à embaixada da Suécia no Iraque, que foi incendiada no mês passado, quanto em todo o mundo.