Conheça os 8 nomes que desafiam Putin — e por que a oposição está dividida

Saiba quem são Yulia Navalnaya, Mikhail Khodorkovsky, Garry Kasparov e outros nomes-chave que formam a oposição russa e suas trajetórias diante da repressão do chefe do Kremlin

A oposição russa contra Vladimir Putin enfrenta desafios históricos. Desde a invasão da Ucrânia em 2022, o Kremlin intensificou a repressão política, levando líderes opositores ao exílio ou à prisão. Entre as figuras centrais estão Yulia Navalnaya, Mikhail Khodorkovsky, Garry Kasparov, Vladimir Kara-Murza, Ilya Yashin, Dmitry Gudkov, Maksim Kats e Grigory Yavlinsky. As informações são da Radio Free Europe.

A trajetória da oposição russa é marcada por alianças estratégicas, vitórias simbólicas e conflitos internos. Alexei Navalny tornou-se símbolo da resistência, até sua morte em prisão russa em 2024. Sua viúva, Yulia Navalnaya, assumiu a liderança da causa, fortalecendo sua atuação internacional e organizando protestos contra a guerra.

Yulia Navalnaya (Foto: WikiCommons)

Mikhail Khodorkovsky, ex-oligarca, lidera o movimento pró-democracia Open Russia, enquanto Garry Kasparov atua como voz crítica de Putin em conferências internacionais. Vladimir Kara-Murza, sobrevivente de tentativas de assassinato, mantém intensa militância. Ilya Yashin e Dmitry Gudkov representam a oposição mais jovem, mesmo sob severa repressão.

Apesar das diferenças, essas lideranças formam um mosaico da resistência contra o autoritarismo russo. No entanto, as disputas internas na oposição russa dificultam a construção de uma frente unida, especialmente em meio a acusações mútuas e estratégias divergentes.

Em outubro de 2025, a Assembleia Parlamentar do Conselho da Europa (PACE) criou uma “Plataforma para o Diálogo” com as forças democráticas russas no exílio, reforçando a importância internacional da oposição. Mas, de acordo com a reportagem, permanece o desafio: unir forças para enfrentar um regime consolidado e hostil à dissidência.

Principais figuras da oposição russa contra Putin
  1. Yulia Navalnaya
    Viúva de Aleksei Navalny e presidente da Fundação Anticorrupção. Líder no exílio, organiza protestos internacionais contra Putin e a guerra na Ucrânia, mantendo viva a luta pela democracia.
  2. Alexei Navalny (falecido)
    Símbolo da resistência russa, líder da Fundação Anticorrupção. Condenado e preso por acusações políticas, morreu em 2024 em prisão russa, em circunstâncias suspeitas.
  3. Mikhail Khodorkovsky
    Ex-oligarca, fundador da Open Russia e crítico feroz do Kremlin. Reside em Londres e mantém atividades pró-democracia, denunciando a repressão estatal na Rússia.
  4. Garry Kasparov
    Ex-campeão mundial de xadrez e político opositor. Vive nos EUA, organiza eventos e protestos contra Putin e enfrenta processos judiciais e acusações de “terrorismo” pelo Estado russo.
  5. Vladimir Kara-Murza
    Ativista de direitos humanos e crítico de Putin. Sobreviveu a ataques suspeitos de envenenamento, foi preso em 2022 e libertado em 2024. Hoje lidera movimentos de oposição no exílio.
  6. Ilya Yashin
    Ex-deputado e manifestante pacífico. Condenado a 8 anos e meio de prisão por acusações relacionadas a críticas à guerra, foi libertado em troca de prisioneiros em 2024 e segue ativo fora da Rússia.
  7. Dmitry Gudkov
    Ex-parlamentar e ativista liberal. Fundador do Comitê Antiguerra Russo e do think tank CASE, vive no exílio devido à repressão política e atua contra a guerra e o regime.
  8. Maksim Kats
    Ativista e organizador político. Ex-candidato municipal, vive em Israel após condenação à revelia e mantém canal no YouTube com milhões de seguidores, mobilizando contra Putin.
  9. Grigory Yavlinsky
    Economista e fundador do partido Yabloko. Crítico da guerra e das políticas autoritárias de Putin, continua ativo na Rússia apesar de pressão e processos judiciais.
Cenário de repressão

Muito antes da invasão em larga escala da Ucrânia, a oposição russa já enfrentava repressão estatal. Protestos massivos em 2011 abriram caminho para uma repressão contínua, intensificada com a guerra iniciada em 2022. Disputas internas, como divergências sobre representação no Conselho da Europa, revelam a dificuldade da oposição em construir uma frente única.

A morte de Aleksei Navalny e a prisão ou exílio de líderes tornaram o cenário ainda mais fragmentado. A criação da “Plataforma para o Diálogo” pela PACE é um passo, mas a unidade ainda é um desafio estratégico.

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