Conselho da ONU aprova investigação a repressão violenta em Belarus

Violência policial marcou as manifestações após 6ª reeleição de Lukashenko, em agosto de 2020

O Conselho de Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou a criação de uma equipe para investigar a repressão violenta do governo de Belarus nos protestos após a sexta reeleição de Alexander Lukashenko, em agosto.

A deliberação, divulgada nesta quarta (24), ocorre após o apelo da Anistia Internacional pela proteção dos direitos dos manifestantes pacíficos de Belarus. A organização alertou para a possibilidade de uma nova onda de violência policial nos protestos realizados nesta quinta-feira.

As manifestações celebram Dia da Liberdade – aniversário da declaração de 1918 de Belarus de uma curta independência da Rússia – e pedem pela renúncia de Lukashenko, há 27 anos no poder. Mais protestos estão organizados para o final de semana, apurou a Reuters.

Conselho da ONU aprova investigação a repressão violenta na Belarus
Protestos contra a sexta reeleição de Alexander Lukashenko em Minsk, Belarus, agosto de 2020 (Foto: Divulgação/Pixabay/A. Matskevich)

Pelo menos 20 membros do Conselho de Direitos Humanos da ONU concordaram com a criação de uma equipe de investigação. Outros sete se abstiveram ou foram contrários – entre eles a China e a Rússia, forte aliada de Belarus.

Em comunicado lançado pela emissora estatal CGTN, Beijing argumentou que foi contrária à medida por oposição à “interferência” em assuntos internos de outros países. “A politização das questões de direitos humanos só vai prejudicar a reputação do Conselho”, disse o chefe da missão chinesa na ONU, Chen Xu.

Um relatório lançado na última sexta (19) pelo Escritório do Alto Comissariado de Direitos Humanos da ONU apontou para 1,1 mil relatos de tortura, 290 detidos como prisioneiros políticos e oito manifestantes mortos em meio à repressão violenta em Belarus.

Na resolução, a ONU condena as violações. Em resposta, o embaixador de Minsk nas Nações Unidas, Yury Ambrazevic, caracterizou o documento como um “sinal destrutivo”. “Este é outro exemplo da manipulação da ONU por estados ocidentais em seus próprios interesses políticos”, disse.

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