O esforço de guerra na Ucrânia conta com o apoio de jovens inventivos aficionados em tecnologia. Alguns “geeks” no país estão ajudando as forças locais através da construção de drones caseiros nas proximidades do front na região ocupada de Donbass, em um movimento que já pode ser interpretado como “guerrilha de nova geração”. As informações são da agência AFP.

Em porões mal iluminados, com a ajuda de computadores e manuais, esses jovens, na casa dos 20 e poucos anos, transformam componentes eletrônicos retirados de aviões danificados em aeronaves não-tripuladas. Tais modelos servem tanto para reconhecimento quanto destruição. E eles trabalham enquanto o som que vem de fora dos porões é o da sinfonia da artilharia em meio ao fogo cruzado com os russos no extremo leste do país.

Com apenas 19 anos, um jovem que atende pelo codinome Varnak é responsável por criar armas de alto poder de destruição. Ele transforma granadas usadas em lançadores em bombas a serem acopladas aos drones.

Com um sorriso no rosto típico da pouca idade, ele simplificou o método: “Basta adicionar barbatanas e mudar o sistema de detonação”, diz ele, que tem a função de gerenciar explosivos em sua seção na linha de montagem.

Seguindo uma tradição bélica vista em outros conflitos históricos, ele tem o costume de escrever mensagens personalizadas para o inimigo nas bombas em miniatura, como “Vitória e feliz aniversário!” e “Quem vive sem liberdade tem mau gosto”.

“Trabalhamos com granadas e criamos objetos explosivos caseiros”, explica Varnak, que ingressou na unidade após ler um anúncio no Twitter, a exemplo da maioria dos colegas.

Outra mente presente na unidade é Aktor (“ator”, em tradução literal). Antes do conflito começar no dia 24 de fevereiro, ele era um estudante da Universidade Técnica Igor Sikorsky em Kiev. Longe da rotina de estudos da faculdade, agora usa um uniforme e trabalha em robótica, aperfeiçoando drones “kamikazes”.

Na visão do estudante, tais tecnologias poderão mudar os rumos do conflito em seu país natal. “A guerra atual é uma guerra de nova geração”, define. E conceitua o termo: “Por que um soldado deveria atirar em outro quando você tem um robô que pode entregar uma tonelada de explosivos em um depósito de munição?”.