Dois aliados de Putin são mortos em intervalo de horas e Ucrânia assume autoria

Illia Kyva, ex-deputado ucraniano, foi assassinado a tiros nos arredores de Moscou, conforme informado pela SBU. Oleg Popov, representante do parlamento de Luhansk, faleceu devido à explosão de seu carro

Na quarta-feira (6), dois aliados do presidente russo Vladimir Putin foram assassinados com poucas horas de diferença. Illia Kyva e Oleg Popov eram políticos ucranianos pó-Kremlin e foram mortos em operações assumidamente coordenadas por Kiev. As informações são da revista Newsweek.

Illia, de 46 anos, foi morto em um subúrbio próximo a Moscou. Segundo relato de um funcionário do setor de defesa da Ucrânia, o Serviço de Segurança Ucraniano (SBU) orquestrou o ataque. O Comitê de Investigação da Rússia abriu um caso sobre a morte, alegando que uma “pessoa desconhecida disparou” contra o político.

Expulso da Ucrânia após a invasão russa em fevereiro de 2022, Kyva partiu para a Rússia. No mês passado, ele foi condenado à revelia por um tribunal ucraniano por traição e tentativa de derrubar o governo. Antes e depois da incursão de Moscou, o deputado defendia a união entre Moscou e Kiev, expressando apoio a Putin. Ele sustentava que “o povo ucraniano precisa ser libertado” e enfatizava que “ucranianos, belarussos e russos são um único povo.”

Presidente da Rússia, Vladimir Putin, março de 2022 (Foto: WikiCommons)

No mesmo dia da morte de Kyva , canais russos do Telegram informaram sobre a explosão do carro de Popov, um ex-deputado pró-Kremlin do Conselho Popular da República Popular de Luhansk, região ucraniano sob controle russo. Inicialmente, foi mencionado que ele estava ferido, mas à noite (horário local) o Comitê de Investigação da Rússia confirmou a morte devido à detonação de um dispositivo não identificado no veículo da vítima.

O jornal Kyiv Post apontou que o SBU liderou uma operação especial contra Popov. Uma fonte militar ouvida pelo veículo destacou que o ex-deputado tinha “um passado questionável”, gerenciando batalhões russos, liderando grupos armados ilegais e envolvendo-se na morte de ucranianos. Ele também chefiava o comitê de segurança em Luhansk.

Na TV estatal ucraniana, o porta-voz dos serviços de informação militar, Andriy Yusov, após confirmar a responsabilidade pela morte de Popov, disse que “outros traidores da Ucrânia e cúmplices do regime de Putin terão o mesmo destino”.

Kiev já admitiu a responsabilidade por assassinatos de políticos pró-Rússia desde o início da guerra na Ucrânia. Nesse cenário, autoridades apoiadas por Moscou têm sido frequentemente alvo de guerrilheiros ucranianos em áreas ocupadas pelas tropas do Kremlin.

No mês passado, o legislador da autoproclamada república popular de Luhansk (LPR) Mikhail Filiponenko foi morto em um ataque com carro-bomba. O representante da Inteligência Militar de Kiev confirmou: “Sim, foi nossa operação”.

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