A Estônia, membro tanto da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte) quanto da União Europeia (UE), vem considerando “seriamente” a possibilidade de enviar militares à Ucrânia para dar suporte ao país na guerra contra a Rússia. Quem disse isso foi Madis Roll, conselheiro de segurança nacional do presidente Alar Karis, em entrevista ao site Breaking Defense.
Roll afirmou que a medida vem sendo debatida pelo governo e não prevê o envio de combatentes ao campo de batalhas. Os enviados à Ucrânia atuariam em funções de “retaguarda”, permitindo assim que os ucranianos em tais postos fossem liberados para lutar.
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A autoridade ainda declarou que Tallin gostaria que tal postura fosse adotada pela Otan como bloco, “para mostrar força e determinação combinadas mais amplas”. Entretanto, como a aliança militar não cogita essa possibilidade coletivamente, seria uma decisão independente do governo estoniano.
“As discussões estão em andamento”, disse o conselheiro. “Deveríamos estar atentos a todas as possibilidades. Não deveríamos ter nossas mentes restritas quanto ao que podemos fazer.”
Dentro da Otan, o envio de tropas à Ucrânia enfrenta forte oposição liderada por EUA e Alemanha, que calculam o tamanho do risco que seria ingressar efetivamente em um conflito com Moscou. Já os maiores defensores da causa são, além da próprias Estônia, os vizinhos Lituânia e Letônia.
As três nações bálticas têm especial interesse na guerra porque entendem que seriam o alvo seguinte da Rússia se o presidente Vladimir Putin optasse por novas invasões. Avaliam que o risco seria especialmente elevado em caso de uma vitória de Moscou sobre Kiev, o que encorajaria os russos a agir mesmo contra integrantes da Otan.
Ainda segundo Roll, “não é impensável” que as nações da Otan que se opõem ao envio de tropas mudem de ideia “com o passar do tempo”. Porém, neste momento, a aliança não considera acompanhar a Estônia na decisão.
As declarações de Roll se seguem a uma fala do presidente da França, Emmanuel Macron, de que o envio de tropas ocidentais para apoiar Kiev “não pode ser descartado“. O general Martin Herem, chefe das Forças Armadas da Estônia, confirmou que a questão foi levantada entre os aliados ocidentais, mas também sugeriu que isso não ocorreria em funções de combate.