Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
Durante a noite de 13 para 14 de fevereiro, a equipe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) relatou uma explosão vinda do local que protege os restos do reator 4 da antiga central nuclear da usina de Chernobyl, na Ucrânia.
Os especialistas foram informados de que um drone havia atingido o telhado causando um incêndio. Equipes e veículos de combate ao fogo foram acionados e responderam em poucos minutos.
Riscos constantes de acidente nuclear
Segundo agências de notícias, o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse que o impacto foi causado por um drone russo com uma ogiva altamente explosiva, mas autoridades russas negaram a autoria do ataque.
A AIEA declarou que a explosão não violou a estrutura de contenção interna da central nuclear e os níveis de radiação dentro e fora da unidade permanecem normais e estáveis. Nenhuma vítima foi relatada.
O diretor-geral da AIEA disse que o incidente em Chernobyl, na região de Kiev, e o recente aumento da atividade militar em torno da central nuclear de Zaporizhzhya sublinham “riscos constantes” de segurança nuclear.
Rafael Mariano Grossi afirmou que “não há espaço para complacência e que a AIEA permanece em alerta máximo”.

Necessidade de contenção militar
Ele pediu “máxima contenção militar” em torno das instalações nucleares da Ucrânia. A agência continua monitorando a situação e fornecerá mais atualizações assim que novos detalhes sobre danos estiverem disponíveis.
Em Zaporizhzhya, a rotação planejada da equipe da Aiea foi cancelada esta semana. Grossi informou que está em contato com ambos os lados para garantir a passagem segura das equipes da agência o mais rápido possível.
A AIEA está presente na região desde setembro de 2022 para monitorar e avaliar a segurança e proteção nuclear e ajudar a prevenir um acidente.
Histórico de Chernobyl
Em Chernobyl, o reator 4 é protegido por uma grande estrutura chamada de Novo Confinamento Seguro, construída para evitar qualquer liberação radioativa.
O reator foi danificado na explosão na usina, em 26 de abril de 1986, que espalhou uma nuvem radioativa a várias partes da antiga União Soviética, que hoje são Ucrânia, Rússia e Belarus.
O acidente é considerado um dos piores da história e pelo menos 8,4 milhões de pessoas foram expostas à radiação.