Jan Marsalek, ex-executivo da fintech alemã Wirecard, estaria escondido em Moscou um ano após ter sua fraude exposta. A localização foi repassada ao BND (Serviço Federal de Inteligência da Alemanha), reportou o diário “Die Welt”, na segunda (14).

“Informações confiáveis” apontam que Marsalek passou 2020 em um “centro de treinamento” do FSB (Serviço de Segurança Federal da Rússia) no distrito moscovita de Balashikha.

Lá, teria obtido contatos com o serviço de inteligência russo. “Isso beneficiou sua fuga e imersão”, disse o chefe do BND, Bruno Kahl. A informação confirma os boatos de que o ex-empresário estaria “sob os cuidados” dos serviços russos.

O atual presidente russo, Vladimir Putin, fundou o centro de operações de Balashikha ainda quando ocupava o cargo de chefe do FSB, em 1998. O local serviria como uma organização de contraterrorismo nacional e internacional.

Jan Marsalek era um dos sócios da Wirecard, uma provedora de serviços financeiros com crescimento repentino em meio a diversas denúncias de fraude. Negligências contábeis e um golpe de até US$ 2,3 bilhões fizeram com que a empresa pedisse insolvência em junho de 2020.

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Diferente do dono, Markus Braun, que acabou preso em seguida, Marsalek é procurado pela UE (União Europeia) desde o ano passado. Ele teria papel importante em desvios que culminaram no escândalo da empresa.

Investigadores alemães ainda buscam identificar as falhas políticas e regulatórias que permitiram que as fraudes do Wirecard passassem despercebidas por anos. À época, críticos da fintech entravam na mira de ataques hackers e intimidações.

Questionado pelo jornal “The Moscow Times”, o Kremlin não comentou a possibilidade de Marsalek estar no centro do FSB ou em Moscou. Anteriormente, o governo russo disse não saber do paradeiro do ex-empresário.