Grã-Bretanha oferece cidadania para 300 mil residentes de Hong Kong

Movimento britânico ocorre após China aprovar lei que aumenta controle sobre o território semi autônomo

O governo britânico abriu as portas para a entrada de 300 mil habitantes de Hong Kong, em resposta às medidas de repressão impostas pela China. As informações são do jornal britânico The Financial Times.

Dominic Raab, secretário britânico das Relações Exteriores, prometeu nesta quinta (28) estender o direito de visto para detentores de passaporte britânico e facilitar o caminho para a cidadania.

Cerca de 315 mil pessoas possuem documentos emitidos antes da transferência do território do Reino Unido para a China, em 1997, que os dá direito a assistência consular.

Grã-Bretanha oferece cidadania para 300 mil residentes de Hong Kong
Vista de Hong Kong, colônia britânica até 1997 (Foto: Jimmy Chan/Pexels)

O documento não dá a cidadania britânica, mas permanência no Reino Unido por seis meses, que seria estendido para até um ano,

As medidas entrarão em vigor se Beijing não desistir das novas leis nacionais de segurança no território. A China aprovou nesta quinta, quase por unanimidade, um plano para suprimir qualquer ato que possa “ameaçar a segurança nacional” do território semi autônomo.

O movimento britânico ocorre após os Estados Unidos alertarem que pode haver prejuízo às relações com Hong Kong. Washington não considera mais que a território tenha uma autonomia em relação aos chineses, condição para manutenção de determinadas regalias na política comercial.

EUA, Canadá, Reino Unido e Austrália chegaram a emitir um documento conjunto, condenando a aprovação da lei por Beijing. Os países defendem que a norma prejudica a estrutura “um país, dois sistemas”, em prática desde a transferência.

A lei deve sufocar atos como os vistos no ano passado, quando pessoas foram às ruas da ex-colônia britânica. Os locais protestam contra o que consideram crescente influência da China no território e no governo da chefe do Executivo Carrie Lam.

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