Hooligan que se uniu a exército privado russo morre em combate na Ucrânia

Vyacheslav Subbotin era membro da empresa paramilitar privada Española, formada por torcedores uniformizados de extrema direita

Vyacheslav Subbotin, um torcedor do CSKA Moscou, clube de futebol russo, morreu em combate na Ucrânia. Ele era membro da empresa paramilitar privada (PMCs, da sigla em inglês) Española, formada originalmente por hooligans russos que se converteram em mercenários, com alguns deles enviados ao campo de batalhas. As informações são do site investigativo iStories.

Chefe de inteligência do exército privado, Subbotin, de 37 anos, era membro de uma torcida organizada de extrema direita do cube moscovita conhecida como Zarya-18. Duas fontes que conhecem a história da entidade alegam que o número 18 é uma referência a Adolf Hitler, pois os dois algarismos correspondem à posição das letras A e H no alfabeto, a primeira e oitava, respectivamente.

Através do aplicativo de mensagens Telegram, a PMC confirmou a informação. “Enquanto realizava uma missão de combate com uma arma na mão, o chefe de inteligência da brigada Española, Vyacheslav Subbotin morreu. Esta foi sua última viagem de negócios”, disse a organização.

Vyacheslav Subbotin, hooligan russo que morreu em combate na Ucrânia (Foto: reprodução/Telegram)

Em março de 2023, ele concedeu entrevista a uma publicação de extrema direita russa. “Sou um nacionalista russo e não tenho vergonha disso”, disse na oportunidade, confirmando que havia decidido ir à guerra. Segundo ele, o objetivo era lutar contra “a russofobia que está prosperando no Ocidente e na Ucrânia com a ajuda do Ocidente.”

Como membro da Zarya-18, ele relatou ter participado de muitas brigas de torcidas, “no nível mais sério, entre os grupos mais sérios.” E acrescentou: “O estádio sempre foi um espaço de liberdade para os jovens que podiam ir até lá, expressar seu ponto de vista e jogar fora a energia negativa acumulada.”

Então, no final de dezembro se uniu à Española, um exército privado nos moldes do Wagner Group formado inicialmente por torcedores do Spartak, maior rival do CSKA. A organização cresceu e se tornou oficialmente uma PMC sob o controle dos irmãos bilionários Arkady e Boris Rotenberg, amigos de juventude do presidente Vladimir Putin.

Hoje, a Española apoia os esforços de guerra da Rússia na Ucrânia, com unidades de artilharia, drone e atiradores de elite. É composta por cerca de 150 pessoas, que a PMC classifica como “voluntários”. ao menos um outro membro morreu na Ucrânia, identificado como Andrei Rakhov.

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