Investigações levantam suspeitas de interferência russa em queda de avião da Embraer no Cazaquistão

Aeronave Embraer 190, da Azerbaijan Airlines, caiu durante pouso emergencial; especialistas analisam possíveis danos de projéteis

As investigações sobre a queda de um avião da Azerbaijan Airlines no Cazaquistão, que deixou 38 mortos e dezenas de feridos, levantam suspeitas de interferência russa. A aeronave, um Embraer 190 fabricado no Brasil, caiu na quarta-feira (25) durante um pouso emergencial em Aktau, após relatar falhas de navegação e possíveis danos à fuselagem. Autoridades e especialistas analisam a possibilidade de que sistemas de defesa aérea ou até mesmo um míssil tenham contribuído para a tragédia. As informações são da Newsweek.

O voo J2-8243 seguia de Baku, no Azerbaijão, para Grozny, na Chechênia, e transportava passageiros de diferentes nacionalidades, incluindo cidadãos de Azerbaijão, Cazaquistão, Quirguistão e Rússia. Entre as vítimas estavam uma mãe e seu filho de 11 anos. Embora as primeiras hipóteses incluíssem condições climáticas adversas e impacto com aves, análises recentes indicam que fragmentos de projéteis podem ter atingido o avião.

Avião da companhia aérea Azerbaijan Airlines: imagem meramente ilustrativa (Foto: ZRH;20.01.2020/Flickr)

“É provável que o voo da Azerbaijan Airlines tenha sido atingido por estilhaços de um sistema de defesa aérea”, afirmou Carl Bildt, ex-primeiro-ministro da Suécia.

Imagens da fuselagem mostram buracos que, segundo Andriy Kovalenko, do Conselho de Segurança Nacional da Ucrânia, não correspondem a um impacto com aves. Ele sugeriu que um míssil terra-ar pode ter desativado os sistemas da aeronave.

O FlightRadar24, que monitora voos em tempo real, revelou que o avião enfrentou falhas no sinal de GPS pouco antes do acidente, o que dificultou o pouso. Durante mais de dez minutos, o avião deixou de transmitir dados precisos sobre sua localização, agravando a situação.

Reações e posicionamento da Embraer

A Embraer, fabricante brasileira responsável pelo modelo acidentado, se manifestou. “Estamos profundamente entristecidos com essa tragédia. Estamos monitorando a situação de perto e comprometidos em fornecer suporte total às autoridades competentes”, declarou a empresa em nota.

O avião, fabricado em 2013, havia passado por uma inspeção técnica completa em outubro deste ano e acumulava 671 horas de voo desde então.

Líderes políticos também reagiram ao acidente. O presidente russo, Vladimir Putin, expressou condolências às famílias das vítimas e prometeu apoio aos feridos. “Esperamos uma investigação completa e desejamos pronta recuperação aos sobreviventes”, afirmou.

Ramzan Kadyrov, líder da Chechênia, também manifestou pesar, enquanto o governo do Azerbaijão enviou uma delegação ao local da queda e criou uma comissão especial para apurar as causas do acidente.

A queda do Embraer 190 reacendeu debates sobre a segurança de voos civis em regiões próximas a áreas de conflito. A suspeita de interferência externa, combinada com as dificuldades relatadas durante o voo, destaca os riscos enfrentados por aeronaves comerciais em zonas de instabilidade militar.

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