Alexander Lukashenko se declarou vencedor da eleição presidencial realizada em 26 de janeiro em Belarus com 86,8% dos votos, de acordo com os resultados preliminares da Comissão Eleitoral Central. Seu principal adversário, Syarhey Syrankov, obteve apenas 3,2%. Este é o sétimo mandato consecutivo do autoritário líder, que governa o país há três décadas. As informações são da rede Radio Free Europe (RFE).
A União Europeia (UE) reagiu de forma enérgica ao anúncio dos resultados. Roberta Metsola, presidente do Parlamento Europeu, classificou a eleição como uma “farsa” e enviou uma mensagem de solidariedade ao povo de Belarus: “Fiquem fortes, estamos ao lado de vocês, o tempo da ditadura chegará ao fim.”

Kaja Kallas, chefe de política externa da UE, também condenou o pleito, afirmando que Lukashenko “se reautoproclamou em mais uma eleição fraudulenta” e descreveu o processo como “uma afronta à democracia“.
Além das críticas internacionais, líderes da oposição e organizações de direitos humanos rejeitaram a legitimidade da eleição. A Freedom House, entidade sediada nos Estados Unidos, definiu Belarus como “um Estado autoritário em que as eleições são abertamente manipuladas e as liberdades civis são severamente restringidas”.
Sviatlana Tsikhanouskaia, uma das principais figuras da oposição belarussa, se manifestou através da rede social X, antigo Twitter. “Se o ditador pensou que suas falsas ‘eleições’ lhe dariam legitimidade, ele estava muito enganado. O mundo democrático está unido em rejeitar essa farsa e apoiar os bielorrussos em nosso chamado por liberdade”, disse ela.
If the dictator thought his sham 'elections' would give him legitimacy, he was very wrong. The democratic world stands united in rejecting this farce and supporting Belarusians in our call for freedom.
— Sviatlana Tsikhanouskaya (@Tsihanouskaya) January 26, 2025
These are not elections but a 'special operation' to illegally cling to… pic.twitter.com/WGRozvAsYo
Enquanto isso, o governo belarusso refutou as acusações de irregularidades. O Ministério do Interior afirmou que “não houve violações graves” durante a votação e garantiu que as forças de segurança atuaram para manter a ordem pública.
Lukashenko, por sua vez, minimizou as críticas internacionais. “Reconhecer estas eleições ou não: é uma questão de gosto. Não me importa. O principal é que os belarussos reconheçam estas eleições”, declarou ele durante uma coletiva de imprensa em Minsk.