Mudança simbólica no brasão real reafirma soberania da Dinamarca sobre a Groenlândia

Novo design do símbolo destaca o território cobiçado e as Ilhas Faroe, em resposta ao interesse do presidente dos EUA Donald Trump

Nos últimos meses, o presidente eleito dos EUA, Donald Trump, reacendeu o debate sobre a compra da Groenlândia, chegando a declarar que a aquisição seria uma necessidade estratégica para o país. Em uma resposta simbólica, a Dinamarca implementou uma mudança no brasão real para reafirmar a soberania sobre o território. As informações são do jornal The New York Times.

O novo design do brasão, que representa a Casa Real da Dinamarca, agora dá maior destaque à Groenlândia e às Ilhas Faroe, com painéis individuais para cada um dos territórios. Antes, a Groenlândia era representada por um urso polar em tamanho reduzido em um painel compartilhado, sendo que agora o animal tem seu próprio painel. Segundo comunicado oficial da Casa Real dinamarquesa, a alteração visa fortalecer a presença dos territórios no símbolo.

“A Groenlândia e as Ilhas Faroe ganharam cada uma seu próprio campo, o que fortalece a proeminência do Reino no brasão real”, destacou a Casa Real em nota. O novo brasão foi exibido pela primeira vez durante o banquete de Ano Novo da família real, realizado no Palácio de Amalienborg, em Copenhague.

O antigo, à esquerda, e à direita o novo brasão real da Dinamarca (Foto: kongehuset.dk)

Lars Hovbakke Sorensen, especialista na realeza dinamarquesa, explicou em entrevista ao canal TV 2 que o gesto, embora discreto, é carregado de simbolismo. “É importante sinalizar, da parte dinamarquesa, que a Groenlândia e as Ilhas Faroe fazem parte do reino, e isso não está em discussão. É assim que você marca isso”, afirmou.

Enquanto a Dinamarca adotou uma abordagem diplomática, Trump demonstrou interesse direto e incisivo. Em uma publicação recente na rede Truth Social, ele descreveu a posse da Groenlândia como “uma necessidade absoluta para a segurança nacional e a liberdade no mundo”.

Além disso, o presidente eleito anunciou que o filho visitaria a Groenlândia em breve, descrevendo o território como um lugar “incrível” e afirmando que sua integração aos EUA traria grandes benefícios à população local. Donald Trump Jr., acompanhado pelo ativista conservador Charlie Kirk, chegou à capital Nuuk na última terça-feira (7), alegando ser apenas um turista.

A visita, no entanto, foi encarada como uma provocação por muitos. A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, reagiu diretamente em uma aparição na televisão, reiterando que a identidade da Groenlândia é definida pelo seu povo.

“O futuro da Groenlândia não é decidido por políticos externos, mas por seus próprios habitantes”, declarou Frederiksen, reforçando a mensagem de soberania.

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