Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News
Um naufrágio de migrantes no Mediterrâneo deixou mais 21 desaparecidos na ilha de Lampedusa, entre a costa africana e Malta, informou a guarda costeira italiana na quarta-feira (4).
O barco “virou várias vezes, deixando as pessoas agarradas à lateral do barco enquanto seus familiares se afogavam ao redor delas”, disse Nicola Dell’Arciprete, coordenadora nacional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Itália, em um comunicado publicado online.
Os sobreviventes, todos cidadãos sírios do sexo masculino, disseram aos socorristas que haviam embarcado da Líbia e que 21 das 28 pessoas a bordo, incluindo três crianças, caíram no mar devido ao mau tempo.
Vários sudaneses também estavam no barco, de acordo com o escritório italiano do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).
A mortal travessia do Mediterrâneo
O Mediterrâneo central está entre as rotas migratórias mais mortais do mundo, de acordo com o recente Projeto Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações (OIM).
A OIM descobriu que mais de 2,5 mil migrantes morreram ou desapareceram tentando fazer a travessia somente no ano passado, com mais de mil mortes neste ano.
Geralmente, um em cada três migrantes morre fugindo de conflitos, de acordo com a análise da OIM sobre mortes de migrantes entre 2014 e 2023.
O ano passado foi o mais mortal já registrado, com 8.541 vítimas migrantes. Quase 60% dessas mortes foram relacionadas a afogamento.
Tragédia do Canal da Mancha
Relatos de seis crianças e uma mãe grávida entre as 12 pessoas que se afogaram no Canal da Mancha na terça-feira (3) são mais uma “tragédia inaceitável”, disse o escritório do Unicef que cobre a Europa na quarta-feira (4).
“Não podemos ficar parados assistindo a mais uma costa da Europa se tornar um cemitério de crianças”, enfatizaram, acrescentando que uma em cada cinco pessoas que chegam irregularmente ao Reino Unido é criança.
“Caminhos mais seguros e regulares, bem como soluções para os problemas de raiz que levam as pessoas a deixarem suas casas, são urgentemente necessários”, afirmou a chefe da OIM, Amy Pope, em resposta às mortes desnecessárias.