Naufrágio de migrantes deixa mais 21 desaparecidos na costa de Lampedusa

Sobreviventes, todos homens sírios, disseram que haviam embarcado da Líbia e que apenas sete pessoas não caíram no mar

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente em inglês pela ONU News

Um naufrágio de migrantes no Mediterrâneo deixou mais 21 desaparecidos na ilha de Lampedusa, entre a costa africana e Malta, informou a guarda costeira italiana na quarta-feira (4). 

O barco “virou várias vezes, deixando as pessoas agarradas à lateral do barco enquanto seus familiares se afogavam ao redor delas”, disse Nicola Dell’Arciprete, coordenadora nacional do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) na Itália, em um comunicado publicado online.

Os sobreviventes, todos cidadãos sírios do sexo masculino, disseram aos socorristas que haviam embarcado da Líbia e que 21 das 28 pessoas a bordo, incluindo três crianças, caíram no mar devido ao mau tempo.

Vários sudaneses também estavam no barco, de acordo com o escritório italiano do Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur).

A mortal travessia do Mediterrâneo

O Mediterrâneo central está entre as rotas migratórias mais mortais do mundo, de acordo com o recente  Projeto Migrantes Desaparecidos da Organização Internacional para as Migrações (OIM).

A OIM descobriu que mais de 2,5 mil migrantes morreram ou desapareceram tentando fazer a travessia somente no ano passado, com mais de mil mortes neste ano.  

Guarda Costeira italiana resgata dois dos 156 sobreviventes da tragédia ocorrida na ilha de Lampedusa em 2013 (Foto: UN refugee agency/Flickr)

Geralmente, um em cada três migrantes morre fugindo de conflitos, de acordo com a análise da OIM sobre mortes de migrantes entre 2014 e 2023.

O ano passado foi  o mais mortal já registrado, com 8.541 vítimas migrantes. Quase 60% dessas mortes foram relacionadas a afogamento.

Tragédia do Canal da Mancha

Relatos de seis crianças e uma mãe grávida entre as 12 pessoas que se afogaram no  Canal da Mancha na terça-feira (3) são mais uma “tragédia inaceitável”, disse o escritório do Unicef que cobre a Europa na quarta-feira (4).

“Não podemos ficar parados assistindo a mais uma costa da Europa se tornar um cemitério de crianças”, enfatizaram, acrescentando que uma em cada cinco pessoas que chegam irregularmente ao Reino Unido é criança.

“Caminhos mais seguros e regulares, bem como soluções para os problemas de raiz que levam as pessoas a deixarem suas casas, são urgentemente necessários”, afirmou a chefe da OIM, Amy Pope, em resposta às mortes desnecessárias. 

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