Pandemia impulsiona ‘rebranding’ da indústria de champagne na França

Crise no setor, atrelado a festas e opulência, já é mais grave que a depressão dos anos 1930 e as guerras mundiais

A pandemia golpeou a indústria de champagne mais do que as duas guerras mundiais, relataram produtores de grande porte da região homônima francesa à agência de notícias Associated Press.

Em um ano em que há muito pouco a se celebrar, cerca de 100 milhões de garrafas jazem paradas nas adegas das vinícolas de Champagne, nordeste da França.

Já o faturamento caiu para um terço das cifras habituais, de acordo com um levantamento de produtores franceses da bebida.

Pandemia impulsiona 'rebranding' na indústria de champagne na França. Crise no setor de champagne, atrelado a festas e opulência, já é mais grave que a depressão dos anos 1930 e as guerras mundiais
Indústria francesa de champagne busca novo posicionamento no mercado (Foto: Needpix)

Estimativas dos produtores indicam que as perdas chegarão a US$ 2 bilhões até o final de 2020. “Uma martelada sem paralelo na memória recente, e pior que a grande depressão”, definiu o repórter Thomas Adamson.

Entre as medidas para conter os prejuízos estão a destruição de parte do estoque. “Uma catástrofe”, de acordo com um dos produtores que conversou com a agência norte-americana.

A indústria de champagne já percebeu que terá de passar por um rebranding – em bom português, mudar a percepção do público acerca da bebida, já que a associação às grandes comemorações não será lucrativa até que surja uma vacina.

A estratégia será ressaltar a “grandeza” da bebida, muitas vezes feita com insumos orgânicos. Seria o retorno do champagne como uma bebida agradável e vinda de uma região histórica da França.

Para um dos líderes setoriais entrevistados, isso significa encontrar novas formas de manter a imagem e o status da bebida. Mesmo sem grandes festas e “mesmo que os bares fiquem fechados por cinco anos”, afirmou.

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