Rússia confirma nova perda e engrossa a enorme lista de oficiais mortos na guerra da Ucrânia

Grupo de pesquisas tcheco afirma que mais de três mil militares russos em postos de comando foram mortos desde o início do conflito

Mais um oficial das Forças Armadas da Rússia morreu na guerra da Ucrânia, ampliando uma longa lista de baixas que desde os primeiros dias de conflito ajuda a comprometer o rendimento das tropas. Na quarta-feira (10), Moscou e Kiev anunciaram a morte do coronel Vadim Nailyovich Ismagilov, ocorrida na Crimeia. As informações são da revista Newsweek.

A morte de Ismagilov foi confirmada na rede social russa VK pela Escola Superior de Comando e Engenharia Automotiva Militar de Chelyabinsk, na Rússia, onde ele se graduou no ano de 2003. Segundo a instituição, o velório estava marcado para quinta-feira (11).

Quem também reportou a nova baixa na cúpula militar russa foi um grupo de pesquisas da República Tcheca que atua especificamente na coleta de informações sobre oficiais mortos na guerra. Os analistas usam a rede social X, antigo Twitter, para reportar os casos.

Oficiais russos em cerimônia para homenagear combatentes mortos (Foto: facebook.com/mod.mil.rus)

O grupo de pesquisas verifica as mortes através de avisos públicos de funerais, obituários, notícias em veículos informativos russos, monumentos e placas memoriais. Nas contas de seus analistas, 3.373 oficiais haviam morrido até 6 de janeiro de 2024, ainda sem a inclusão do nome de Ismagilov.

Os oficiais de mais alta patente mortos até agora são um tenente-general e seis majores-generais. Além deles, teriam morrido 82 coronéis, 199 tenentes-coronéis, 387 majores e 573 capitães, bem como centenas de tenentes. Ainda há casos cujas patentes não foram estabelecidas com precisão.

Soldados mortos

Desde os primeiros meses de conflito, Moscou vem sofrendo perdas devastadoras entre seus oficiais de média e baixa patentes, segundo relatório divulgado em maio de 2022 pelo Ministério da Defesa do Reino Unido. Um problema para as tropas do país, afetadas pela falta de comandantes experientes e confiáveis​.

Paralelamente, a Rússia tenta transmitir a seus cidadãos e ao resto do mundo um balanço otimista do conflito, que tem durado muito mais que o Kremlin projetava antes da invasão, com perdas de vidas e equipamento que as forças armadas russas não têm conseguido contornar.

Nas contas de Kiev, atualizadas nesta sexta-feira (12), a Rússia já perdeu 368.460 combatentes, entre mortos e feridos. Os números são divulgados periodicamente pelo Ministério da Defesa da Ucrânia e carecem de verificação independente, mas são compatíveis com as estimativas divulgadas por governos ocidentais.

No dia 12 de dezembro de 2023, a agência Reuters publicou informações provenientes da inteligência norte-americana segundo as quais a Rússia havia perdido até ali 315 soldados, entre mortos e feridos. Tal número representa 90% de todo o efetivo que Moscou tinha à disposição no início da guerra, antes por exemplo da mobilização parcial de setembro de 2022 que recrutou outros 300 mil combatentes.

Como Moscou e Kiev não divulgam números oficiais de baixas, parte da campanha de desinformação dos dois países para influenciar a opinião pública, os balanços extraoficiais são a única fonte de dados. Nesse sentido, um dos mais confiáveis é a investigação conduzida em parceria pelo site Mediazona e a rede BBC.

Assim como o grupo de pesquisas tcheco, os investigadores do Mediazona e da BBC chegam aos números a partir de informações publicamente disponíveis, como documentos oficiais, manifestações de familiares em redes sociais e publicações da imprensa regional. Até a atualização mais recente, em 29 de dezembro, haviam sido confirmadas as mortes de 40.499 combatentes.

Como são incluídos na conta apenas os militares cujas identidades foram confirmadas, o número real de mortos é provavelmente significativamente maior.

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