Em maio de 2023, o senador norte-americano Lindsey Graham, do Partido Republicano, foi alvo de um mandado de prisão emitido pela Rússia, que o acusou na oportunidade de celebrar as mortes de soldados russos na guerra da Ucrânia. Agora, Moscou também inseriu o nome dele em sua lista de “terroristas e extremistas”, segundo o jornal independente The Moscow Times.
A mais recente medida tem efeitos sobretudo financeiros, pois permitem ao governo russo congelar eventuais bens que o indivíduo listado tenha no país. No caso de Graham, no entanto, isso é improvável, o que praticamente o isenta de qualquer tipo de represália.
Quando da emissão do mandado de prisão, porém, o senador não se mostrou abalado. Na ocasião, ele afirmou que usaria a ordem como uma “medalha de honra”, simbolizando o apoio dele a uma causa que considera justa.
O mandado foi emitido após um encontro entre o parlamentar e o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, que foi registrado em vídeo. Segundo a agência Reuters, as imagens mostram Graham dizendo que os russos “estão morrendo”. Ele comenta o apoio de Washington a Kiev e afirma aquele teria sido “o melhor dinheiro que já gastamos.”
Após as críticas de Moscou às declarações do senador, a Ucrânia divulgou um vídeo mais longo e disse que as imagens editadas não refletiam o contexto original da conversa. Argumentou que as duas citações foram feitas em partes diferentes da reunião com Zelensky e não estavam diretamente relacionadas.
O argumento, entretanto, não convenceu Moscou, que manteve o senador entre seus alvos políticos. A inclusão do nome dele na lista de “terroristas e extremistas” foi anunciada pelo Rosfinmonitoring, órgão estatal de fiscalização financeira da Rússia.
Segundo a entidade, constam da lista “organizações e indivíduos em relação aos quais há informações sobre seu envolvimento em atividades extremistas ou terrorismo”, sendo o objetivo o de bloquear “transações com fundos monetários ou outras propriedades e empreendedores individuais.”
Segundo o jornal britânico The Guardian, a relação tem mais de 12 mil indivíduos e 400 empresas, inclusive algumas figuras ilustres. Estão listados, por exemplo, o Facebook, enquanto o fundador da rede social, Mark Zuckerberg, foi alvo de um mandado de prisão por “russofobia”.
Notório defensor do financiamento militar a países estrangeiros, Graham parece ter reduzido sua empolgação com o apoio a Kiev desde que foi alvo do mandado de prisão. Ele deu um voto contrário ao mais recente pacote de ajuda financeira que o governo norte-americano planeja enviar a Kiev, de US$ 95 bilhões, que beneficiaria ainda Israel e Taiwan.
Em entrevista à rede CBS, ele afirmou que fez uma contraproposta de US$ 66 bilhões, mas em formato de empréstimo, e sob a condição de que o presidente Joe Biden impusesse medidas de controle fronteiriço nos EUA exigidas pelos republicanos.
O senador disse acreditar que um acordo é possível. “Eu me sinto muito otimista depois de passar todo o fim de semana ao telefone com meus colegas da Câmara, dizendo que há um caminho a seguir na fronteira e na Ucrânia”, afirmou.
Através da rede social X, antigo Twitter, ele voltou a comentar a questão. “Entendo o que acontecerá se Putin vencer na Ucrânia”, disse. “No entanto, muitos membros do Congresso parecem não compreender o que acontece com os EUA todos os dias na nossa fronteira sul. Contem comigo para ajudar a Ucrânia. Mas devemos nos ajudar primeiro. É hora de controlar nossa fronteira quebrada.”
I understand what happens if Putin wins in Ukraine.
— Lindsey Graham (@LindseyGrahamSC) February 20, 2024
However, many members of Congress do not seem to understand what is happening to America every single day at our southern border.
Count me in for helping Ukraine. But, we must help ourselves first.
It’s time to get our broken…