Seis homens foram considerados culpados de assassinato pela Justiça belga por seu envolvimento no duplo atentado a bomba de 2016 em Bruxelas, que matou 32 pessoas e feriu mais de 300. O veredito anunciado na quinta-feira (25) marca o fim do maior julgamento da história judicial da Bélgica, com mais de 900 queixosos participando do processo que teve início em dezembro. As informações são do jornal The Washington Post.
Entre os condenados pelo episódio trágico está Salah Abdeslam, um cidadão francês que já cumpre prisão perpétua na França por seu papel nos ataques de Paris em 2015, o único extremista que sobreviveu a esses atos terroristas. Ambos os atentados com homens-bomba foram reivindicados pelo grupo Estado Islâmico (EI).
Em março de 2016, duas bombas explodiram no saguão de embarque do aeroporto internacional. Logo depois, um explosivo foi acionado na estação de metrô Maelbeek. Os atentados suicidas, dos quais dez supostos jihadistas são acusados de participar, é tido como o pior episódio de violência em tempos de paz no país.
Oito das 10 pessoas acusadas nos ataques de Bruxelas foram condenadas por atividades terroristas, sendo que seis delas também foram condenadas por assassinato terrorista. Dois irmãos foram absolvidos.
Entre os condenados por assassinato em contexto terrorista estão Mohamed Abrini, nativo de Bruxelas e amigo de infância de Abdeslam, Oussama Atar (julgado à revelia, pois acredita-se que tenha morrido), Osama Krayem, Ali El Haddad Asufi e Bilal El Makhoukhi. Vários desses homens também já haviam sido condenados pelos ataques de Paris.
Desde o início de julho, os 12 jurados deliberaram sobre 300 questões no julgamento realizado na antiga sede da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). O custo estimado do processo foi de pelo menos 35 milhões de euros (US$ 37,9 milhões). Após o veredito, a sentença será determinada em um processo separado, previsto para setembro.