Ucrânia determina a prisão de parlamentar acusado de colaborar com a Rússia

Kiev afirma que Oleksandr Dubinskiy tentou 'minar a situação social e política' e 'desacreditar o Estado na arena internacional'

O parlamentar ucraniano Oleksandr Dubinskiy foi preso nesta terça-feira (14) sob a acusação de traição, por ter servido aos interesses da Rússia. Uma corte de Kiev determinou que ele cumpra 60 dias de prisão preventiva, período no qual as acusações serão investigadas, informou a rede Radio Free Europe (RFE).

“O Tribunal Distrital de Pechersk emitiu uma medida preventiva na forma de detenção de um deputado popular suspeito de traição e participação em organização criminosa”, disse em comunicado o Serviço de Segurança Ucraniano (SBU).

Bandeira da Ucrânia na cidade de Dnipro (Foto: Wikimedia Commons)

A agência afirma que, em suas ações em colaboração com Moscou, Dubinskiy tentou “minar a situação social e política na Ucrânia e desacreditar o Estado na arena internacional.”

Para tanto, o parlamentar teria agido em colaboração com o Estado-Maior Geral das Forças Armadas da Federação Russa, tendo realizado ações subversivas contra Kiev. As provas contra ele, diz o SBU, são “suficientes” e “fundamentadas”, tendo sido negado o pedido de fiança.

No dia 10 de novembro, sem citar o nome do parlamentar, o SBU disse que vinha investigando um político local suspeito de falsificar documentos para facilitar viagens ao exterior sem o conhecimento do governo ucraniano.

A decisão judicial que determinou a prisão manterá o político encarcerado ao menos até o dia 12 de janeiro. Em seu canal de Telegram, Dubinskiy ainda mostrou certo senso de humor ao dizer que passará o “ano novo em um centro de detenção provisória”.

O parlamentar, que nega todas as acusações contra ele, declarou também que é vítima de perseguição por ter criticado o governo do presidente Volodymyr Zelensky e que somente por esta razão está preso.

Antes de ser alvo de suspeita de traição, Dubinskiy havia sido inserido na lista de sanções do governo dos EUA sob a acusação de interferência eleitoral. A situação levou o partido Servo do Povo, atualmente no governo, a expulsá-lo. Desde então, passou a atuar como deputado independente, sem uma sigla.

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