União Europeia condiciona fim de sanções à retirada total das forças russas da Ucrânia

Manifestação do bloco europeu caminha no sentido oposto em relação aos EUA, que mostram-se dispostos a afrouxar as punições

A União Europeia (UE) afirmou nesta quarta-feira (26) que a retirada completa das forças russas do território ucraniano é uma das principais condições para concordar em suspender ou modificar as sanções impostas a Moscou. A declaração foi feita por Anitta Hipper, porta-voz da Comissão Europeia para assuntos de política externa e segurança, em resposta a acordos alcançados pelos EUA com a Rússia e a Ucrânia. As informações são da agência Reuters.

Um dia antes, os EUA haviam chegado a entendimentos separados com Kiev e Moscou para interromper ataques marítimos e contra alvos energéticos. Como parte das negociações, Washington concordou em pressionar pelo alívio de algumas sanções contra a Rússia, enquanto o Kremlin apontou que os acordos estavam condicionados à suspensão de restrições ocidentais que afetam empresas de alimentos, fertilizantes e transporte marítimo.

Bandeiras de países membros da União Europeia (Foto: Parlamento Europeu/Flickr)

A UE, porém, não foi convidada para essas negociações e deixou claro que, para que as sanções sejam revisadas, é necessário que a Rússia ponha fim à “agressão injustificada e não provocada” contra a Ucrânia.

“O fim da agressão russa injustificada e não provocada na Ucrânia e a retirada incondicional de todas as forças militares russas de todo o território ucraniano seriam uma das principais condições para modificar ou levantar sanções”, declarou Hipper.

Do lado russo, a luta é sobretudo para afrouxar as sanções a produtos agrícolas e fertilizantes. Embora o bloco europeu afirme que suas medidas não visam tais artigos, existem tarifas proibitivas sobre grãos importados da Rússia e Belarus que entraram em vigor em 1º de julho.

A Comissão Europeia informou ainda que novas tarifas sobre outros produtos agrícolas e fertilizantes continuam em discussão. Paralelamente, os países da União Europeia renovaram os dois principais pacotes de sanções contra a Rússia por mais seis meses, em janeiro e no início deste mês. Para qualquer alteração ou suspensão dessas sanções, é necessário o consenso unânime dos 27 membros do bloco.

Vitória russa

A Rússia conquistou uma vitória parcial em sua campanha para suspensão das sanções ao receber o apoio dos EUA para vender seus grãos e fertilizantes no mercado mundial, de acordo com o jornal The Washington Post. A medida, que atende a uma antiga demanda do Kremlin, foi negociada durante as conversas realizadas na Arábia Saudita e gerou críticas por parte de autoridades ucranianas.

Desde o início da invasão russa na Ucrânia, em 2022, Moscou vinha alegando dificuldades para acessar mercados internacionais com seus produtos agrícolas, embora autoridades ocidentais tenham reiterado que não existem sanções formais sobre esses bens.

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