O Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) alertou nesta segunda-feira (18) para um dos efeitos da guerra na Ucrânia após a invasão da Rússia, em 24 de fevereiro: o risco de 4,6 milhões de pessoas perderem o acesso ao abastecimento de água canalizada, sendo que 1,4 milhão de pessoas já estão nesta situação no leste do país.
A representante das Nações Unidas na Ucrânia, Osnat Lubrani, lembrou que a água “é essencial para a vida e um direito para todos”. Ela apontou riscos graves para a saúde, em especial para crianças e idosos, causados por paralisações que forçaram os ucranianos a “usar fontes inseguras de água, resultando em diarreia e outras doenças infecciosas fatais”.
A situação leva à carência do recurso para moradores da cidade portuária de Mariupol, sitiada há semanas, devido à sua localização estratégica. As restrições de abastecimento de água afetam moradores de cidades como Donetsk e Luhansk, e mais 340 mil pessoas podem ficar sem água se um reservatório secar em Horlivka.
O Unicef disse ter havido pelo menos 20 incidentes com danos à infraestrutura hídrica no leste da Ucrânia. O uso generalizado de explosivos em áreas povoadas coloca em perigo a rede de abastecimento de água já debilitada em anos de conflitos.
Sem energia elétrica, as bombas d’água não funcionam numa situação já agravada por explosão de sistemas de ligação que vêm interrompendo o fluxo de água.
Pelo menos quatro técnicos ficaram feridos em Chernihiv e um em Karkhiv desde o início do conflito. A informação foi dada ao Unicef pelo Centro Global de Água e Saneamento, que se dedica a melhorar a coordenação e a resposta humanitária nesses setores.
Em resposta à situação na Ucrânia, o mecanismo forneceu geradores de energia e equipamentos para reparar a infraestrutura danificada e gerir as bombas de água. O grupo fez a recolha de 54,7 toneladas de cloro liquefeito para purificação do sistema de água Kharkiv Vodokanal e distribuiu suprimentos seguros para mais de 184,5 mil pessoas em locais como Donetsk, Kharkiv, Luhansk, Sumy e Zakarpattia.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News