O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, demitiu nesta sexta-feira (11) os líderes de todos os centros de recrutamento militar do país devido a suspeitas de corrupção. A decisão, segundo ele, tem como objetivo enfrentar a corrupção e assegurar que o sistema de recrutamento seja supervisionado por indivíduos com um entendimento claro da realidade da guerra, explicou ele. As informações são do jornal The Washington Post.

A decisão veio após casos de “cinismo e suborno” durante o o conflito com a Rússia, o que o presidente definiu como traição. O líder do país invadido revelou que diversos processos criminais foram instaurados contra funcionários dos escritórios de recrutamento, com 33 indivíduos enfrentando acusações de corrupção.

Em resposta, ele solicitou ao chefe do Estado-Maior das forças armadas que indicasse deficientes físicos que tenham sido feridos na guerra com a Rússia para as novas nomeações. A medida foi desencadeada por uma série de escândalos, incluindo recrutamento compulsório, onde oficiais supostamente aceitavam subornos para isentar pessoas do serviço militar.

Zelensky revelou a demissão em larga escala após uma sessão do Conselho Nacional de Segurança e Defesa da Ucrânia. Ele mencionou casos de “enriquecimento ilícito”, lavagem de “fundos de origem ilegal” e o “tráfico ilegal de pessoas encarregadas do serviço militar através da fronteira”.

“Alguns receberam dinheiro, enquanto outros receberam criptomoedas – essa é a única distinção”, explicou o presidente em um comunicado divulgado no site oficial da presidência. “O cinismo é igual em todos os casos.” O líder ucraniano não especificou a quantidade total de chefes de recrutamento regionais afetados.

A corrupção tem sido uma questão de grande preocupação na Ucrânia, levando Zelensky a implementar mudanças no governo e nos serviços de segurança no início do ano como parte de seus esforços para combatê-la.