Como os países têm se preparado para eleições durante a pandemia?

Organização internacional compila táticas que funcionam para garantir eleições sem repique nos casos de Covid-19

Para garantir eleições sem um repique nos casos de novo coronavírus estão entre as táticas dos governos votação por correio, extensão do horário de funcionamento das urnas e táticas que minimizem o contato e o toque.

Os principais desafios das autoridades eleitorais são, além da possibilidade maior de acusações de fraude, são o baixo comparecimento dos eleitores, dificuldades financeiras e falhas técnicas no dia da votação.

Especialistas também alertam para a possibilidade de campanhas de desinformação. Já foram relatadas mensagens informando que seções eleitorais estão fechadas ou que seria possível votar por aplicativo, mantendo parcelas importantes da população em casa.

Como os países têm se preparado para eleições durante a pandemia?
Coreia do Sul teve recorde de participação em eleições parlamentares mesmo diante da pandemia (Foto: Wikimedia Commons)

Cerca de 60 países optaram por postergar seus processos eleitorais até que a situação esteja controlada. As eleições municipais da Argentina e do Canadá, que ocorreriam em março, são exemplos.

Outros realizaram ajustes, incluindo adiamento, mas já conduziram o pleito. Entre eles estão Israel, em março, Coreia do Sul, em abril, Burundi e Suriname, em maio, Sérvia, em junho e Polônia, entre junho e julho.

Os próximos são Nova Zelândia, em 17 de outubro, e Bolívia, no dia seguinte. Em 3 de novembro, cerca de 50 de milhões de norte-americanos também irão às urnas para escolher o próximo presidente.

A Ifes (Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais, em inglês), compila as principais táticas dos países que optaram pela manutenção de seus processos eleitorais, em relatório mensal.

O que funciona

O uso de máscaras e de álcool gel foi adotado na maioria dos países. Também é comum fazer a checagem de temperatura na entrada da seção eleitoral. Foi uma das táticas da Coreia do Sul, que neste ano registrou o maior comparecimento desde 1992, com 66% dos eleitores.

Já os pedidos de distanciamento de pelo menos um metro nas filas marcaram o pleito da Sérvia e da Mongólia. Na República Dominicana, as urnas e outros objetos de uso compartilhado eram desinfetados o tempo todo. Na Polônia, portas e janelas eram abertas a cada hora para arejar o ambiente por no mínimo dez minutos.

No Suriname, onde é preciso marcar as digitais do eleitor, a tinta era passada com o auxílio de um cotonete. Já os franceses foram encorajados a levar uma caneta de casa para a seção. Em Singapura, o horário de votação foi estendido para garantir acesso sem comprometer medidas de segurança.

A Austrália permitiu votação pelo correio, enquanto a Croácia e a França permitiram voto por procuração para eleitores do grupo de risco.

A maioria dos países teve diminuição no comparecimento dos eleitores. Na Macedônia do Norte, pequeno país dos Bálcãs, a queda foi de 15%. Na República Dominicana, de 14%, e no Maláui, 10%.

As nações que registraram aumento do número de eleitores que participaram do pleito estão Burundi e Polônia, com 14% e Coreia do Sul, com 8%. Os dois primeiros tiveram eleições bastante polarizadas, com mobilização da sociedade civil para que todos votassem.

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