A crise econômica gerada pelo novo coronavírus pode extinguir o equivalente a 195 milhões de vagas de emprego no segundo trimestre deste ano. A estimativa é da OIT (Organização Mundial do Trabalho). O relatório qualifica a crise econômica causada pelo Covid-19 como a pior desde a Segunda Guerra. Antes da pandemia, o desemprego global era de cerca de 190 milhões de pessoas.
“Não importa a parte do mundo ou o setor, a crise tem um impacto dramático na força de trabalho mundial. As políticas de resposta [à crise] devem focar em oferecer alívio imediato aos trabalhadores e empreendimentos […], particularmente em setores muito afetados e países em desenvolvimento”, diz o relatório “Monitor OIT 2ª edição: Covid-19 e o mundo do trabalho” (em inglês).
As regiões mais afetadas serão os países árabes, que terão perda de 8,1% em horas de trabalho, ou o equivalente a cinco milhões de trabalhadores em tempo integral. Na Europa, estima-se uma perda de horas de 7,8%, ou 12 milhões de funcionários. Na América Latina, 5,7%, ou 14 milhões.
A metodologia da agência das Nações Unidas leva em conta horas de trabalho, e faz a equivalência para o total desempenhado por um funcionário em tempo integral. Pela conta, o mundo perderá 6,7% de horas de trabalho nos próximos três meses – o que representa os 195 milhões estimados pela OIT.
No recorte setorial, a pior situação está nas áreas de atacado e varejo, que perde o correspondente a 482 milhões de postos de trabalho, e manufatura, com 463 milhões. A categoria “comida e acomodação”, que inclui o setor de turismo, não produzirá uma cifra análoga a 144 milhões de trabalhadores. Esses setores representam 37,5% do número total de empregos no mundo.