Até o ano 2030, cerca de 50% da população mundial viverá em áreas costeiras expostas a inundações, tempestades e tsunamis. Com base nesses números, a ONU (organização das Nações Unidas) tem trabalhado para aumentar a cooperação internacional para os países em desenvolvimento e criou, assim, o Dia Mundial da Conscientização sobre o Tsunami.
Em uma mensagem para marcar a data, o secretário-geral da ONU, o português António Guterres, apelou a todos os países, a organismos internacionais e à sociedade civil para aumentar a compreensão da ameaça mortal e compartilhar abordagens inovadoras para reduzir os riscos.
“Podemos construir sobre os progressos alcançados, que vão desde um melhor alcance às comunidades expostas ao tsunami em todo o mundo, à inclusão de um Programa de Tsunami na Década das Nações Unidas da Ciência dos Oceanos para o Desenvolvimento Sustentável”, disse Guterres.
O chefe da ONU advertiu, no entanto, que os riscos “continuam imensos”. “O aumento do nível do mar causado pela emergência climática agravará ainda mais o poder destrutivo dos tsunamis”, disse ele. “Devemos limitar o aquecimento a 1,5º C acima das médias pré-industriais e investir em escala na resiliência das comunidades costeiras.”
A rápida urbanização e o crescimento do turismo em regiões sujeitas a tsunamis também colocam ainda mais pessoas em perigo. Para Guterres, ciência, cooperação internacional, preparação e ação precoce devem estar no centro de todos os esforços para manter as pessoas e comunidades mais seguras.
“Aumentar o apoio aos países em desenvolvimento e melhorar a detecção e o alerta precoce é fundamental. Diante de crises globais cada vez mais complexas, precisamos estar mais bem preparados ”, afirmou o chefe da ONU.
Em 2021, o Dia Mundial da Conscientização sobre o Tsunami está promovendo a “Campanha Sendai Seven”, que visa a aprimorar a cooperação internacional com os países em desenvolvimento.
260 mil mortes
Tsunamis são eventos raros, mas podem ser extremamente mortais. Nos últimos 100 anos, 58 deles mataram mais de 260 mil pessoas, média de 4,6 mil por desastre e mais do que qualquer outro tipo de catástrofe natural. O maior número de mortes ocorreu no tsunami do Oceano Índico em dezembro de 2004, que causou cerca de 227 mil mortes em 14 países, sendo Indonésia, Sri Lanka, Índia e Tailândia os mais atingidos.
Apenas três semanas após o desastre, a comunidade internacional reuniu-se em Kobe, Japão, e adotou a Estrutura de Ação Hyogo, o primeiro acordo global abrangente sobre redução do risco de desastres. Também foi criado o Sistema de Alerta e Mitigação de Tsunami no Oceano Índico, que usa estações sismográficas e de monitoramento do nível do mar para enviar alertas aos centros nacionais de informações sobre tsunamis.
Depois que a Estrutura de Ação de Hyogo expirou, em 2014, o mundo adotou a Estrutura de Sendai para Redução de Risco de Desastres, delineando sete metas claras e quatro prioridades para prevenir e reduzir os riscos de desastres.
Conteúdo adaptado do material publicado originalmente em inglês pela ONU News