FAO cobra nova abordagem para avaliar impacto da saúde animal nas mudanças climáticas

As doenças que afetam os animais, bem como quanto tempo eles vivem e quão produtivos são, têm um impacto significativo nas emissões

A saúde animal é importante para ajudar a reduzir as emissões de gases de efeito estufa, mas um maior investimento é necessário para avaliar o impacto. A afirmação consta de um relatório publicado na quinta-feira (21) pela FAO (Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação) e parceiros.

As doenças que afetam os animais, bem como quanto tempo eles vivem e quão produtivos são, têm um impacto significativo nas emissões. No entanto, atualmente não existe nenhum método padronizado para medir o progresso para que a melhoria da saúde animal possa ser incluída nos compromissos climáticos nacionais.

Os parceiros defendem maior investimento para estabelecer sistemas MRV (medição, relatório e verificação). “Este relatório marca um avanço ao destacar a importância da saúde animal e orientar os países para uma abordagem muito mais granular na avaliação de seu papel e como ela precisa ser incorporada aos compromissos nacionais para ajudar a mitigar a crise climática”, disse Maria Helena Semedo, diretora-geral adjunta da FAO.

FAO considera a saúde animal vital para a produção pecuária sustentável (Foto: pixnio.com)

A agência da ONU divulgou o relatório juntamente com a Global Dairy Platform, que promove a produção responsável de alimentos, e a Global Research Alliance on Agricultural Greenhouse Gases.

A FAO considera a saúde animal vital para a produção pecuária sustentável. Os produtos de origem animal não são apenas uma fonte de alimentos de alta qualidade, mas também uma fonte de renda para muitos pequenos agricultores e proprietários de animais, contribuindo significativamente para os meios de subsistência e economias em muitos países em desenvolvimento.

O setor pecuário fornece nutrição e meios de subsistência vitais para mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo, disse Donald Moore, diretor executivo da Global Dairy Platform.

O relatório descreve como os governos e a indústria podem trabalhar juntos em soluções climáticas e faz parte de uma iniciativa do setor de laticínios global para reduzir as emissões nos próximos 30 anos.

“Embora este relatório demonstre claramente a oportunidade de melhorar a saúde animal para contribuir para a mitigação do clima, também destaca a necessidade de abordar lacunas críticas de dados e desenvolver capacidade em países de baixa e média renda, em particular”, disse Moore.

O relatório mostra como os países podem desenvolver um sistema MRV em nível nacional, usando metodologias detalhadas desenvolvidas pelo IPCC (Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas).

Uma abordagem, conhecida como Nível 1, permite apenas estimar as emissões por animal com médias regionais, enquanto o Nível 2 examina sistemas de produção locais específicos.

Os dados sobre rações para diferentes categorias de animais e sistemas de manejo de esterco também são críticos, pois têm uma forte influência nos fatores de emissão.

As recomendações contidas no relatório incluem o estabelecimento de um sistema de coleta e manutenção de dados, enquanto a capacidade dos governos e parceiros deve ser aprimorada no cálculo das emissões e na contabilização do impacto em toda a cadeia de valor.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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