Guterres cita 51 mil mortes e diz que migração é ‘motor potente do crescimento econômico’

Líder das Nações Unidas afirma que não existe uma crise de migração no mundo atualmente, mas sim uma crise de solidariedade

No domingo (18) foi celebrado o Dia Internacional dos Migrantes. Em mensagem para lembrar a data, o secretário-geral da ONU (Organização das Nações Unidas), António Guterres, destacou que mais de 80% dos migrantes cruzam as fronteiras globais de formas segura e ordeira. Porém, nos últimos oito anos, ao menos 51 mil pessoas perderam a vida e milhares desapareceram enquanto tentavam chegar aos países de destino.

Guterres afirmou que a migração irregular, ao lado de rotas cada vez mais perigosas, continua a fazer com que as pessoas paguem um preço terrível. E muitas das mortes ocorrem com o envolvimento de traficantes de seres humanos.

O secretário-geral da ONU, Antonio Guterres, agosto de 2012 (Foto: United States Mission/Eric Bridiers)

A Organização Internacional para Migrações (OIM) lembra que existem mais de 281 milhões de migrantes em todo mundo. Mulheres, crianças e homens que deixam seus países em busca de oportunidades, dignidade, liberdade e de uma vida melhor.

Para o secretário-geral da ONU, António Guterres, a migração é um “potente motor do crescimento econômico, do dinamismo e entendimento”. Ele lembra que os direitos dos migrantes são direitos humanos e devem ser respeitados sem discriminação.

Segundo ele, é preciso fazer todo o possível para evitar a perda de vidas, como uma obrigação humanitária e legal. E os países têm que oferecer operações de busca, salvamento e cuidados médicos para os que correm risco de morte. Nas palavras do líder das Nações Unidas, “não existe uma crise de migração, mas sim uma crise de solidariedade”.

Já o chefe da OIM, António Vitorino, alerta para o perigo de se fazer dos migrantes uma espécie de “bode expiatório”. Em mensagem de vídeo, ele diz que não se pode permitir a politização da migração, nem um discurso de ódio, xenofobia, hostilidade contra migrantes. Para ele, é preciso resistir a tentativas de divisão e digressão dos valores que realmente importam.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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