A reunião da Opep (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), prevista para esta terça (1), foi transferida para quinta-feira. A decisão, confirmada à Agência EFE pelo ministério de Energia do Cazaquistão, é mais um sintoma das incertezas ao preço do petróleo para 2021.
Após forte baixa no preço da commodity durante a pandemia e ainda sem previsão concreta sobre a vacina, o bloco instaurou novas consultas sobre a produção de barris de petróleo autorizada para cada país partir de janeiro.
Os Estados-membros devem decidir se o grupo manterá os cortes no fornecimento, como acontece agora, ou se aumentará a produção no próximo ano. A meta desse entendimento é garantir menor oscilação do preço do petróleo e é comum entre os membros da Opep.

A expectativa é que se mantenha o mesmo corte de 7,7 milhões de barris diários para cada Estado-membro, conforme estabelecido em abril para o terceiro trimestre deste ano.
Se aceito, o grupo deve limitar o bombeamento por até dois anos. A primeira fase, de maio a junho, prevê a retirada do mercado de até 9,7 milhões de barris diários – cerca de 10% da oferta mundial antes da redução forçada pela pandemia.
“Consenso relativo”
Em entrevista à Agência EFE, o ministro de Petróleo do Irã, Biyan Zanganeh, afirmou que “alguns membros” estão relutantes em continuar com o corte atual. “Há um consenso relativo dentro da Opep”, disse.
Segundo Zanganeh, a Rússia e o Cazaquistão concordam em aumentar a produção ao menos nos três primeiros meses do próximo ano.
Já a agência estatal russa TASS apontou que, além da Rússia, os Emirados Árabes Unidos e a Arábia Saudita discordam sobre a questão. Abu Dhabi quer garantir a sua nova estrutura de produção e, assim, estabelecer-se como figura central na exportação de petróleo, apontou a Bloomberg.
Sem um consenso, os países-membros poderão adicionar até 1,9 milhão de barris por dia aos mercados mundiais, fator que deve prejudicar a recente recuperação nos preços do combustível.
Integram a Opep Argélia, Angola, Equador, Irã, Iraque, Kuwait, Líbia, Nigéria, Catar, Arábia Saudita, Emirados Árabes Unidos e Venezuela.