OMS alerta que mundo terá déficit de vacinas contra cólera até 2025

Um bilhão de pessoas em 43 países podem ser infectadas por causa de fatores como pobreza, conflitos, mudança climática e deslocamento

A OMS (Organização Mundial da Saúde) alerta para um aumento de casos de cólera em todo o mundo. A agência da ONU (Organização das Nações Unidas) diz que esta é uma emergência e é preciso intensificar a imunização para conter o quadro.

Atualmente, existem 24 países com notificações de cólera. E, segundo a agência da ONU, a doença pode se espalhar para 43 nações, colocando um bilhão de pessoas sob risco

O maior problema é o acesso à vacina. Uma parceria da OMS nessa área, a Aliança Global de Vacinação (Gavi), já avisou que a falta de doses deverá persistir até 205.

Para a Gavi, é possível garantir uma entrega de doses para a vacinação preventiva em larga escala até 2026. Mas, para isso, os países precisam agir com urgência.

Vacinação contra cólera no Sudão do Sul, em 2015 (Foto: Flickr)
Década anterior

A OMS calcula que mais dez milhões de unidades do imunizante foram utilizadas para responder a surtos entre 2021 e 2022. A demanda foi maior do que a soma de toda a década anterior.

Para o diretor administrativo da Gavi para Mercados de Vacinas e Segurança de Saúde, Derrick Sim, “a boa notícia é que existem doses para manter o atendimento a toda a procura de emergência, apesar do aumento de surtos.”

Segundo ele, é obrigação “prevenir surtos”, além de se realizarem esforços coletivos para revitalização de programas de prevenção.

Antes, a OMS chamou a atenção para o que descreveu como cenário sombrio em volta das perspectivas para controlar a doença em curto prazo.

Regime das doses administradas para prevenção

No ano passado, os casos e as mortes por cólera aumentaram com a expansão para nove novas regiões, particularmente de conflito e com altos níveis de pobreza.

A situação levou a OMS e parceiros a mudarem temporariamente o regime das doses administradas para prevenção, de duas para uma. No entanto, as reservas se esgotaram em dezembro.

Até o fim de 2022, um total de 15 países relataram casos, número que até maio chegou a 24 nações. Moçambique é um dos países com aumento de pacientes na década de mudança sazonal nos casos de cólera. O risco é que haja retrocessos, após avanços alcançado no controle da doença em décadas anteriores.

A situação é causada também por questões como pobreza, conflitos, alterações climáticas e consequente deslocamento. As movimentações afastam as pessoas de fontes mais seguras de comida, água e assistência médica.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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