ONU avalia que a abolição da pena de morte está ganhando força no mundo

Alto comissário Volker Turk diz que mudanças de políticas devem abrir caminho para sociedades mais justas com erradicação da prática

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

“A pena de morte é uma prática que não deveria ter lugar no século 21”. A declaração é do alto comissário para Direitos Humanos da ONU (Organização das Nações Unidas), Volker Turk.

Em sessão no Conseho de Direitos Humanos, em Genebra, na Suíça, ele lembra que criminologistas e especialistas demonstraram, sem sombra de dúvida, que o uso da pena de morte leva à execução de pessoas inocentes.

Países do Sul Global puxam reformas

Turk discursou durante um painel sobre a pena de morte e a contribuição do Judiciário para o avanço dos direitos humanos.

Segundo a ONU, os países do chamado Sul Global estão liderando um movimento para abolir a pena de morte, que está ganhando força em todo o mundo, com reformas legais, intervenções judiciais e mudanças de políticas que levam a uma sociedade mais humana e justa.

Alto comissário da ONU para os Direitos Humanos, Volker Turk (Foto: UN Geneva/Flickr)

Enquanto alguns países continuam a usar a pena de morte, a tendência à abolição reflete uma compreensão em evolução dos direitos humanos e da justiça.

Mesmo com o progresso, o cenário global da pena capital continua complexo.

Irã lidera número de execuções no mundo

Em 2023, houve um aumento de 31% nas execuções em relação ao ano anterior, com 1.153 mortes registradas em 16 países. A maioria delas ocorreu no Irã, Arábia Saudita, Somália e Estados Unidos.

O alto comissário para Direitos Humanos disse que informações confiáveis ​​indicam que a China executa milhares de pessoas todos os anos, mas trata as informações sobre a pena de morte como um segredo de Estado. Volker Turk pediu às autoridades chinesas que mudem essa política.

Mais de 40% desses assassinatos, o maior número desde 2016, são por crimes relacionados a drogas. Essa proporção também aumentou drasticamente nos últimos dois anos, e quase todas essas execuções ocorreram na República Islâmica do Irã.

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